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Brasil Dono do grupo JBS/Friboi disse que Eduardo Cunha recebeu 30 milhões de reais para “comprar” apoios à sua eleição para a presidência da Câmara dos Deputados

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Eleição do peemedebista ocorreu em fevereiro de 2015. (Foto: Agência Brasil)

Um dos donos do grupo frigorífico JBS/Friboi, Joesley Batista contou à PGR (Procuradoria-Geral da República), em sua delação premiada, que repassou 30 milhões de reais ao então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para bancar a campanha do peemedebista à presidência da Câmara, em 2015. De acordo com empresário, Cunha – preso desde outubro do ano passado pela Operação Lava-Jato em Curitiba(PR) e condenado a 15 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas – “saiu comprando um monte de deputados Brasil a fora”.

O novo delator da força-tarefa declarou ao MPF (Ministério Público Federal) que a quantia foi repassada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados da seguinte forma: 5,6 milhões de reais em doação oficial, 12 milhões de reais em dinheiro vivo e 10,9 milhões de reais por meio de pagamentos com notas frias.

Em fevereiro de 2015, o deputado do PMDB venceu a eleição interna para o comando da Casa no primeiro turno, derrotando o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que contava com o apoio dos articuladores políticos do governo da petista Dilma Rousseff – que amargou então uma derrota que se mostraria decisiva para a derrocada de sua gestão. Na ocasião, o peemedebista obteve 267 dos 513 votos da Casa, ao passo que Chinaglia recebeu 136.

Questionado pelos procuradores da República sobre o valor que havia sido solicitado por Cunha, o relato de Joesley detalhou o repasse de dinheiro ao deputado: “Foram 30 milhões de reais. Nós demos essa quantia e pagamos 10 milhões de reais com notas frias de fornecedores diversos que Cunha apresentava”, detalhou o delator. “Pelo que eu entendi, o deputado saiu comprando colegas, um monte deles pelo Brasil afora. É para isso que servia tamanho dinheiro”.

Em sua delação, Joesley também relatou o pagamento de 5 milhões de reais a Cunha, a título de “saldo de propina”. Ele disse que devia 20 milhões de reais ao então presidente da Câmara dos Deputados pela tramitação de uma lei sobre desoneração tributária no setor de frango.

Ascensão

Na votação para o comando da Câmara, Cunha derrotou outros três candidatos, incluindo o representante governista, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que recebeu 136 votos. O candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), ficou em terceiro lugar, com 100 votos, e o do PSOL, Chico Alencar (RJ), quarto colocado, obteve oito votos. Dois deputados votaram em branco.

Após o anúncio da vitória, o novo presidente da Câmara – que substituiu Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – disse que “o parlamento soube reagir no voto” à tentativa do governo de impedir a sua vitória. Ele afirmou, porém, que esse “é um episódio virado” e que ele e seus aliados não devem “fazer disso nenhum tipo de batalha.”

O peemedebista reforçou a sua bandeira de campanha, de que garantiria independência ao Legislativo face ao Executivo. “A gente deixou muito claro que ia buscar altivez e independência do parlamento”, declarou. “Aqui é palco de exercer os grandes debates que a Casa precisa e vai fazer. Nunca, em nenhum momento, falamos que seríamos oposição. Não falamos também que seríamos submissos.”

Com a eleição, Cunha se tornou o segundo na linha de sucessão do presidente da República, ou seja, apto a assumir o comando do Executivo federal na ausência de Dilma e do então vice-presidente Michel Temer.

A atribuição de selecionar os projetos e propostas de emenda à Constituição que são apreciadas no Plenário da Casa é exclusiva do presidente da Câmara dos Deputados, após a consulta aos líderes partidários. Por esse motivo, o nível de entrosamento e alinhamento ideológico com o governo federal pode facilitar ou dificultar a aprovação de programas federais que exijam o aval do Congresso Nacional.

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