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Geral Drama brasileiro nos Estados Unidos: um menino de 9 anos ficou 20 dias sem falar com a sua mãe, após eles terem sido separados na fronteira com o México

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Manifestantes seguram cartazes com dizeres como "crianças precisam dos seus pais" em um protesto contra a política de tolerância zero contra imigrantes de Donald Trump. (Foto: Reprodução)

O menino A., de 9 anos, ficou 20 dias sem falar com a mãe depois que os dois chegaram aos Estados Unidos e foram separados pelos agentes da Imigração americana. Levado para um abrigo na cidade texana de Baytown, na tarde de sexta-feira (22) ele recebeu a visita do cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa.

Único brasileiro na instituição — que abriga menores com idades entre 5 e 17 anos —, ele sorriu quando entrou na sala em que o cônsul o esperava e ouviu a própria língua. Foi a segunda vez desde que foi apreendido em que A. pôde se fazer entender ao falar em português. O primeiro contato por telefone da criança com a mãe aconteceu na quinta-feira (21).

Segundo Santarosa, até agora foram localizados outros três menores de idade que foram separados da família em abrigos no Estado do Texas, área de jurisdição do Consulado Geral do Brasil em Houston: dois meninos em Conroe, de 14 e 15 anos, e uma menina entre 8 e 9 anos, em San Antonio. O cônsul também mencionou uma criança já localizada pelos diplomatas brasileiros em Nova York e duas na Califórnia.

Franzino, moreno, de cabelo e olhos pretos, A. vestia camiseta vermelha um pouco gasta e bermuda azul marinho, bem maiores do que seu número.

Estava assustado e confuso, e falava pela primeira vez em português após dias tentando se comunicar em espanhol. Sua rotina na instituição — que se parece com um orfanato — começa cedo, quando arruma a cama e se prepara para ir à escola, dentro do local. As aulas são ministradas em espanhol, até as 14h. Depois tem a tarde livre para ver filmes ou brincar com outras crianças.

Muito tímido, A. não soube explicar direito como chegou aos Estados Unidos: relatou seu trajeto como uma aventura, e não comentou sobre o momento em que foi separado da mãe. Também não soube dizer por onde os dois entraram no país.
“Peguei um carro, depois outro carro, um avião. Chegamos, depois mais um carro e outro carro, e vim parar aqui”, disse no encontro, que durou cerca de 20 minutos.

A. é apenas um entre pelo menos 49 crianças e adolescentes brasileiros que estão em centros de acolhimento para menores imigrantes nos Estados Unidos, segundo uma lista inicial levantada pelos assessores consulares do Brasil em Houston.

“Todos os consulados foram instruídos pelo Itamaraty a mapear onde estão as crianças. Cada um está fazendo esse levantamento, a partir dessa lista inicial, onde estão as 15 instituições com os menores espalhados pelo país”, disse Santarosa, que acredita que o número de crianças pode ser maior.

A mãe de A., que não teve o nome divulgado, foi libertada pelo governo americano na quinta-feira, e está no Estado de Massachusetts — a três mil quilômetros de distância. Ela agora reúne documentos para provar que é mãe do menino, de modo que os dois possam se reencontrar. A família é de Cuparaque (MG). Não se sabe se a mãe responde a processo ou pediu asilo nos Estados Unidos.

Agora, o responsável pela instituição, que intermediou o encontro com o cônsul, vai entrar em contato com a mãe para que ela se comunique com o consulado, que ainda não recebeu informações sobre a identidade da mulher.

O que se sabe até agora é que A. tem parentes que vivem em Massachusetts, onde há uma grande comunidade brasileira.

Na semana passada, a Casa Branca divulgou que 1.995 menores foram separados de 1.940 adultos na fronteira entre 19 de abril e 31 de maio, num dramático aumento em comparação às 1.800 mil separações reportadas pela Reuters entre outubro de 2016 e fevereiro deste ano. Desde 31 de maio, o número de crianças separadas dos pais aumentou para mais de 2.300.

A mudança veio com a política do governo americano de processar criminalmente todos os detidos tentando entrar sem papeis no país. Assim, pais são levados a prisões federais, e filhos ficam em abrigos contratados pelo Departamento de Saúde. Na quarta-feira (20), Trump assinou um decreto para pôr fim à separação das famílias. A intenção é mantê-las juntas em centros de detenção para imigrantes, mas, para isso, a Justiça precisa mudar uma decisão legal que impede que menores fiquem mais de 20 dias em centros de detenção.

 

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