Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2018
O STF (Supremo Tribunal Federal) marcou para esta terça-feira (19) o julgamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), do seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e do empresário Ernesto Kugler Rodrigues, ligado ao casal.
Na última terça-feira (12), o ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Segunda Turma do STF, marcou a sessão destinada à análise do caso. De acordo com a acusação do Ministério Público, os três, “agindo de modo livre, consciente e voluntário”, pediram e receberam R$ 1 milhão desviados do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. O dinheiro, ainda conforme a denúncia, teria sido direcionado para campanha eleitoral de Gleisi em quatro parcelas de R$ 250 mil.
O repasse teria sido realizado, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), por meio de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef contratadas pela Petrobras.
Ainda conforme a PGR, os recursos foram liberados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, cujo objetivo seria obter apoio político de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo para se manter no cargo.
Versões
À época em que Gleisi e Paulo Bernardo se tornaram réus no Supremo, a defesa da senadora negou os crimes e apontou supostas divergências entre as declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef nas delações premiadas, especialmente em relação ao modo como o dinheiro teria sido repassado.
A defesa de Paulo Bernardo também rebateu a acusação, alegando que não teria sido provada interferência do ex-ministro para manter Paulo Roberto no cargo de diretor na Petrobras.
Íntegra
Leia abaixo a nota divulgada pela assessoria de Gleisi:
“Nota da senadora Gleisi Hoffmann sobre julgamento no STF:
Recebi com serenidade a notícia de que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, na próxima terça-feira (19), a ação penal em que fui injustamente denunciada, sem qualquer prova ou indício de crime.
Trata-se de acusação forjada nos subterrâneos da Lava-Jato, onde criminosos condenados negociam benefícios penais e financeiros em troca de delações mentirosas, que servem à perseguição política contra o PT e os nossos dirigentes.
No meu caso, a cada falsidade desmascarada durante o processo, os criminosos foram mudando seus depoimentos e mentindo cada vez mais. É escandaloso que a Procuradoria Geral da República (PGR) tenha oferecido denúncia contra mim em vez de punir os que são acobertados pela Lava-Jato.
Há quatro anos, aguardo o desfecho dessa trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e a minha família, os danos a minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade.”