Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2019
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) discursou no plenário da Câmara para defender o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), seu irmão, pela declaração de que “a transformação que o Brasil quer não será rápida por vias democráticas”.
Eduardo rechaçou que a fala tenha sido antidemocrática e acusou a oposição de interpretá-la de forma seletiva, citando uma frase de Winston Churchill, primeiro-ministro britânico na Segunda Guerra Mundial. “Olha essa frase aqui: ‘A democracia é a pior forma de governo’. Sabe quem falou essa frase? Winston Churchill. Se ele fosse deputado, filho do presidente, os opositores parariam por aí e não seguiriam a ler a mensagem, que termina: “Com exceção de todas as demais”, iniciou o deputado.
Nesse momento, os microfones do plenário captaram outros parlamentares debochando da declaração. “O que o Carlos Bolsonaro falou não tem nada de mais. Esses daí, que até ontem estavam mandando dinheiro para Cuba, babando o ovo de Fidel Castro, enviando dinheiro para a Venezuela, amantes de ditaduras, são incapazes de repudir o governo, a narcoditadura de [Nicolás] Maduro [presidente da Venezuela], vem querer posar aqui de amantes da democracia”, declarou Eduardo.
Ele continuou explicando a fala do irmão e disse que “as coisas em uma democracia demoram porque exigem debate”. “Ele falou só isso. Não temos condições de mudar na velocidade em que gostaríamos”, declarou, sendo interrompido por parlamentares que negavam a sua justificativa.
Eduardo, então, declarou que os opositores não conseguem nem ouvir o contraditório “sem ficar quieto”. “Fica quieto. Seja um pouquinho democrático, pelo menos na frente do público”, disse o filho do presidente.
“O Carlos Bolsonaro falou simplesmente isso. Quem aqui não sabe disso? A gente debate, a gente fala. Por nós, teria outra velocidade, mas o tempo do Congresso não é o tempo sociedade. Ponto. Agora, os urubus podem continuar tripudiando aí e falando que defendem a liberdade, quando na verdade roubaram muito e entregaram para Maduro, entregaram para Cuba, via porto de Mariel, via Mais Médicos, e agora, sim, estamos tendo verdadeiramente uma democracia. Então, viva o Brasil e viva as liberdades”, concluiu.
Votos
Eduardo disse que já tem os votos suficientes de senadores para ter o seu nome aprovado para ser o novo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “Acredito que hoje, se fosse votado, acredito que sim, acredito que conseguiria ser aprovado”, disse Eduardo em entrevista concedida ao site Congresso em Foco.
Ele destacou que está bem esperançoso e confiante mesmo diante do fato de a votação ser secreta. Para ser aprovado, Eduardo tem de receber o apoio de ao menos 41 dos 81 senadores na votação no plenário do Senado.