Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Armando Burd Efeito da baixa rotação

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

As tartarugas do lago conseguem ser mais rápidas dos que as lebres no Congresso Nacional, um costume na República da Empurroterapia. Exemplos: o aumento das penas por lavagem de dinheiro levou cinco anos para se concretizar e a adequação da delação premiada à efetividade atual, sete anos.
O ponto de partida foi a CPI dos Correios em 2005. O deputado federal Onyx Lorenzoni assumiu a Sub-Relatoria de Normas de Combate à Corrupção e juntou levantamento da Fundação Getúlio Vargas, mostrando que o Brasil perdia 100 bilhões de reais por ano em crimes contra os cofres públicos. Depois, convidou o juiz Sérgio Moro para propor modificações. Os resultados estão sendo colhidos.

AO ATAQUE
Vai correr chumbo da tribuna da Assembleia Legislativa. Nas três sessões plenárias da próxima semana, o espaço inicial, denominado grande expediente, caberá a deputados estaduais que votam contra o governo: Stela Farias, Tarcísio Zimmermann e Bombeiro Bianchini.

CONTRA O ENSINO
É preciso assegurar o direito de saber quanto se paga de tributos em cada mercadoria ou serviço que adquire. No material escolar, os impostos não ficam abaixo de 40 por cento. Um absurdo.

ATÉ ONDE VAI
Na compra de uma garrafa de água mineral estão embutidos 45,2 por cento de tributos. Basta somar ICMS, IPI, PIS, CSSL, IR e encargos trabalhistas.

PERDA
Faleceu ontem, em Porto Alegre, Fernando Gay da Fonseca. Em sua longa carreira, foi advogado, professor, deputado estadual, secretário de Estado, senador e conselheiro do Tribunal de Contas. Aos alunos, definia-se como guia turístico. Dizia: “Se quiserem conhecer mais detalhes, devem descer, olhar por conta própria e aprofundar os conhecimentos”.

FIM DO SONHO
A 4 de fevereiro de 1987, o governo federal formalizou o descongelamento de preços e instituiu a liberdade de mercado. Para os casos de altas exageradas, seriam aplicadas “sanções morais”, equivalentes a nada.
Faltavam 24 dias para completar um ano do lançamento do Plano Cruzado. Vinha abaixo a tentativa do presidente José Sarney de frear a elevação do custo de vida. Para fevereiro de 1987, o ministro da Fazenda, Dilson Funaro, previu inflação de 17 por cento. Hoje, inimaginável.

CAPÍTULO SEGUINTE

Depois do Cruzado e vários outros planos que naufragaram, veio o Real, o único que não se importou com a impopularidade imediata.
O sociólogo Fernando Henrique Cardoso surpreendeu como ministro da Fazenda, organizando uma equipe de economistas que ficou longe dos pequenos interesses. Se Fernando Henrique tivesse se submetido a exigências de setores influentes, não conseguiria derrubar a inflação e promover o desenvolvimento.

RÁPIDAS

* Que País virá após desvendados os crimes em série? As monstruosidades precisam servir para alguma coisa.

* O prefeito Nelson Marchezan Júnior conseguiu conter a pantagruélica fome de espaço dos partidos no secretariado.

* Editoras brigam pelos direitos autorais para publicar coletânea mensal com as rixas de Trump.

* Houve tempo em que, no setor público, a vergonha era levada a sério.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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