Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2017
O empresário Eike Batista volta nesta quarta-feira (8) à PF (Polícia Federal), no Centro do Rio. Os investigadores que apuram pagamento de propina do empresário ao ex-governador Sérgio Cabral querem ouvi-lo novamente. O novo depoimento foi autorizado pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Além de Eike, pelo menos, outros cinco suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção durante o governo Cabral e presos nas operações Calicute, em novembro, e Eficiência, em janeiro, prestarão depoimento. Serão levados a depor o ex-secretário estadual de Obras do Rio, Hudson Braga; o doleiro Álvaro Novis; Ary Ferreira Filho, apontado como operador do ex-governador; o publicitário Francisco de Assis, o Kiko, e o empresário Flávio Godinho, braço-direito de Eike Batista na EBX, holding, e ex-vice-presidente do Flamengo.
De Eike, os investigadores entendem que ainda falta esclarecer alguns pontos da investigação. Há uma semana, no dia 31 de janeiro, o empresário esteve por mais de quatro horas prestando depoimento na PF. O seu advogado, Fernando Martins falou, na ocasião, que seu cliente não respondeu às perguntas e “que só falará diante do juiz”.
Segundo Fernando Martins, Eike falou apenas que desconhecia a transferência de US$ 16,5 milhões a doleiros para serem repassados ao ex-governador Cabral.
Em depoimento, os irmãos Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, operadores financeiros, desmentiram declaração dada por Eike Batista no ano passado de que jamais pagou propina ao ex-governador Sérgio Cabral.
Segundo os delatores, em 2010 Renato foi orientado a viabilizar o pagamento dos US$ 16,5 milhões a Cabral. Flávio Godinho, advogado considerado o braço direito de Eike, orientou Renato a fazer um fazer contrato de fachada entre as empresas Arcádia Associados S.A., de propriedade de Renato, e a Centennial Asset Mining Fund LLC, de Eike Batista. Para justificar o repasse, os operadores disseram que mediaram a compra de uma mina de ouro pelo Grupo X.
O falso contrato foi firmado em 2011. De acordo com os delatores, os pagamentos foram feitos através de transferência de títulos acionários e dinheiro da conta Golden Rock Foundation (empresa de Eike) no Tag Bang. O procurador El Hage disse que a força-tarefa da Lava Jato tem toda a documentação da transação e a maior parte do dinheiro já foi repatriado.
Dos cerca de R$ 340 milhões que a quadrilha teria no exterior, o MPF informa que já repatriou cerca de R$ 250 milhões.