Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2017
Pesquisa feita pelo Datafolha com 311 dos 594 parlamentares aptos a votar em uma eleição indireta aponta que 61% deles não citam espontaneamente um candidato à Presidência para o caso da saída de Michel Temer (PMDB) do cargo.
Outros 15% rejeitaram falar sobre a hipótese, somando assim 76% de parlamentares sem candidato à mão. Os dados dão materialidade à avaliação majoritária entre partidos que apoiam e combatem o presidente, que está sob forte pressão após ter sido atingido pela delação dos donos da JBS: Temer tem resistido à crise porque não existe consenso sobre quem o substituiria até a eleição do ano que vem.
Para 47% dos ouvidos, Temer deveria deixar o cargo. Dessa parcela, 36% defendem renúncia, 34% cassação no Tribunal Superior Eleitoral e 6%, impeachment. Já 40% dizem que o peemedebista tem de ficar.
No caso de o presidente, que era vice de Dilma Rousseff até o impeachment da petista em 2016, cair, a Constituição determina uma eleição indireta em Colégio Eleitoral. Entre os parlamentares ouvidos, 9% citaram de forma espontânea o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como candidato favorito.
Com 2%, surgem o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB) e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguidos por outros nomes com 1% ou menos. Lula não faz parte da bolsa de apostas e defende diretas.
O Datafolha ouviu 275 deputados (54% da Câmara) e 36 senadores (44% daquela Casa) entre terça-feira (30) e sexta-feira (02). O resultado não pode ser projetado para todo o Parlamento porque cada opinião é individual, diferentemente de amostragens em grupos maiores, quando o entrevistado emula características semelhantes de outros.
Quando apresentada uma lista de presidenciáveis indiretos, Maia seguiu à frente, com 13%. Jobim ficou com 7%, e FHC, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o senador Alvaro Dias (PV-PR) empataram com 5%.
O nome que vinha sendo defendido pelo PSDB para compor uma chapa indireta, o do senador Tasso Jereissati (CE), ficou com 4%. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o ex-ministro do Supremo Carlos Ayres Brito somaram 3%, e o prefeito paulistano, João Doria (PSDB), obteve os mesmos 2% do ministro do Supremo Gilmar Mendes.
Regras
No caso da eleição indireta, as regras do pleito têm de ser normatizadas pelo Congresso e submetidas à Justiça. Os parlamentares ouvidos defendem que o voto seja aberto (68% contra 24%).
Para 40%, tanto faz se o candidato for ou não membro do Congresso. Já 28% acham que o melhor seria o nome ser de fora, e 24% defendem o contrário. Oito por cento não se posicionaram.