Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2018
As eleições de meio de mandato presidencial nos Estados Unidos, que terminam nesta terça-feira (6), definirão os novos 435 membros da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e 36 dos 50 governos estaduais americanos. O pleito é um teste da popularidade do presidente Donald Trump. O site FiveThirtyEight, que estuda as pesquisas eleitorais e probabilidades, estima que há 87% de chance o opositor Partido Democrata dominar a Câmara. Por outro lado, as chances de Donald Trump manter a maioria republicana no Senado são de 83%.
Num fenômeno conhecido como “efeito midterm”, é comum que o presidente da vez sofra um revés nessas eleições, resultado do desencanto natural dos eleitores ao comparar dois anos de governo às promessas de campanha. O cenário, portanto, é favorável aos democratas, mas resta saber quão favorável.
Na noite da segunda-feira (5), 30 contas no Facebook e 85 no Instagram foram bloqueadas depois que o Facebook recebeu uma denúncia das autoridades policiais americanas. A empresa afirma que as investigações estão em “estágio inicial” e que as contas podem estar “envolvidas em um comportamento não autêntico coordenado”.
Apesar de as investigações estarem em fase preliminar, o Facebook decidiu fazer o anúncio publicamente por causa da importância da votação.
Em fevereiro deste ano, a Justiça americana acusou formalmente 13 cidadãos e três entidades russas por interferir nas eleições presidenciais de 2016. A Rússia nega ter interferido no processo eleitoral para favorecer a vitória de Donald Trump, mas a acusação provoca mal-estar na atual administração.
Câmara
A principal mudança possível é que os democratas obtenham a maioria dos deputados, segundo análises distrito a distrito do Cook Political Report, do Wason Center for Public Policy e do Sabato’s Crystal Ball, da Universidade da Virgínia.
Senado
O Senado possivelmente permanecerá com maioria republicana. Das 35 cadeiras em jogo, apenas nove pertencem a republicanos. E das 26 ocupadas atualmente por senadores democratas, 9 representam Estados vencidos por Trump em 2016.
Incidentes
A campanha esteve marcada por dois violentos incidentes: o envio de pacotes com explosivos a proeminentes líderes democratas e o massacre em uma sinagoga em Pittsburgh, onde morreram 11 pessoas. Os dois incidentes motivaram acusações de que Trump estimula a violência com seus tuítes e discursos cheios de duros ataques contra seus opositores.
O presidente americano, que participou ativamente da campanha, reagiu culpando os jornalistas críticos de alimentarem o extremismo.
Em seus comícios, Trump usou de sua experiência como apresentador de televisão para cativar seu público e se colocar no centro do debate. Com um estilo que mistura declarações grandiloquentes, linguagem simples e toques de humor para atingir seus críticos, o presidente tem colocado os eleitores diante da escolha entre a sua gestão, que expandiu a economia e levou o desemprego a um mínimo de 3,7%, além da sua visão de segurança, e as posturas dos democratas, os quais chama de extremistas de esquerda.
A poucos dias das eleições, Trump enviou milhares de soldados à fronteira com o México e sugeriu que se os migrantes centro-americanos das caravanas lançassem pedras contra os militares, estes poderiam responder com tiros, apesar de ter se retratado depois.