Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2017
Em dificuldades no Congresso Nacional, o presidente Michel Temer fez uma deferência pública nesta quarta-feira (22) ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na cerimônia de posse do ministro Alexandre Baldy (Cidades), o presidente fez questão de ressaltar que o substituto de Bruno Araújo (PSDB-PE) foi uma indicação de Maia e elogiou sua atuação no Poder Legislativo.
“Ele [Maia] tem conduzido as mudanças necessárias”, disse o presidente. “E tem sido parceiro fundamental para o sucesso de nosso governo”, acrescentou. Para tentar aprovar as reformas governistas, Temer iniciou desde a semana passada uma aproximação estratégica com o presidente da Câmara, que vinha sinalizando um distanciamento do Palácio do Planalto.
Além de nomear Baldy, o presidente indicou a Maia que ele terá participação na escolha do sucessor de Paulo Rabello de Castro, que deixará o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em março. O economista já avisou ao presidente que deve deixar o cargo para a disputa eleitoral de 2018, provavelmente como candidato do PSC à Presidência.
Desde a saída de Maria Silva do BNDES, em maio, Maia vinha tentando emplacar um nome para o comando do banco de investimentos, mas acabou sendo vencido pelo ministro Moreira Franco, defensor de Castro.
A aproximação de Temer e Maia tem também o objetivo de articular uma aliança entre PMDB e DEM para a disputa das eleições de 2018.
Previdência
Ao participar nesta quarta-feira da abertura do seminário de amizade Brasil-Itália, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a necessidade de o governo dialogar mais com parlamentares antes de fixar uma data para colocar em votação a reforma da Previdência na Casa.
“A gente não deve precipitar data se não tivermos clareza dos votos. Esse é um trabalho difícil. Sabemos que a Previdência é um tema muito polêmico, um mito. Então, temos de ter muita paciência e cuidado, porque é uma votação muito importante para o Brasil. Não podemos correr nenhum risco. Precisamos esclarecer a sociedade como estamos tentando fazer”, disse o presidente da Câmara.
Maia afirmou que a reforma previdenciária vai corrigir uma distorção que hoje penaliza os mais pobres em favor dos que ganham mais. Ele citou como exemplo o caso de funcionários públicos que se aposentam com pouco mais de 50 anos de idade ganhando cerca de R$ 30 mil.
Rodrigo Maia destacou que, mesmo que os servidores tenham direito, esse desequilíbrio precisa ser corrigido. “Precisamos acabar com essa sangria, onde a distorção do sistema transfere anualmente dos que ganham menos para os que ganham mais. É o maior programa de transferência de renda do mundo. Os mais pobres financiam a Previdência dos mais ricos. Essa é a principal distorção do sistema e precisa ser resolvida”, acrescentou Maia.