Brasil O ex-presidente Lula disse que até os seus adversários deveriam defender a sua candidatura a presidente da República nas eleições de outubro
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2018
O ex-presidente Lula escreveu uma carta para a Marcha dos Prefeitos. No texto, mesmo estando preso, ele reafirmou a sua candidatura à Presidência, criticou o teto de gastos do governo e disse que até os adversários deveriam defender o seu direito de concorrer.
“Vocês são prefeitos eleitos, têm que ser respeitados por isso. Seria importante meus adversários também assumirem isso. Deixem o povo decidir quem será o próximo presidente”, afirmou.
Lula sustentou que “com fins políticos, difama-se e condena-se”. “Isso não deveria preocupar apenas um partido, mas todos que prezam pela democracia e pela Justiça.”
Candidatura
Preso na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR), Lula escolheu o dia 27 de maio para o lançamento, em todo o Brasil, de sua pré-candidatura à Presidência da República. A informação foi repassada pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), que visitou o petista na manhã de segunda-feira (21), na condição de seu advogado.
Damous afirmou à militância do acampamento Lula Livre, nos arredores da sede da PF na capital paranaense, que o ex-presidente pediu para enfatizar que no dia 27 o lançamento ocorrerá “em cada cidade brasileira onde o PT está organizado”.
“Pouco importa se em cada ato tenha dez pessoas, tenha cinco pessoas, tenha quinhentas pessoas”, declarou. “O importante é o somatório, em todo o Brasil, de cada um desses atos, para deixar claro que o presidente Lula é o nosso candidato.”
Na última sexta-feira (18), a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do petista, cumpriu decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que deferiu pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Paraná para assegurar a Damous o direito ao exercício profissional como advogado de defesa de Lula. O deputado já presidiu a seccional da OAB no Rio de Janeiro.
Não a indulto
O parlamentar também garantiu que Lula está bem-humorado, ainda que indignado com a sua situação: “Ele está bem abrigado, está bem agasalhado, tem praticado exercícios, está bem-humorado. Agora, é claro que está indignado com essa perseguição que se abate sobre ele”. Ainda segundo Damous, Lula voltou a dizer que não quer receber um indulto, e sim o reconhecimento de sua inocência.
“O presidente deixou muito claro: não quer saber de indulto. O que o presidente quer é o reconhecimento da sua inocência, quer que seja demonstrado que esse processo não passou de um ato de perseguição política, quer ver sua inocência provada e declarada. É isso que ele quer”, afirmou. “Ele deixou claro que é candidato, será candidato. Será candidato pelo Partido dos Trabalhadores e quer ver seu direito de concorrer, já que ele é o preferido da grande maioria do povo brasileiro, quer ver esse direito reconhecido”, completou Damous.
Líder nas pesquisas
Lula lidera as pesquisas de intenção de votos para a Presidência. No entanto, a mesma condenação em segunda instância que o levou à prisão deve impedi-lo de entrar na disputa, pois a Lei da Ficha Limpa torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados do Judiciário, como a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional da 4ª Região), em Porto Alegre, que confirmou a condenação do petista no caso do triplex em Guarujá (SP).
