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Mundo Bolsonaro revê declaração de que é possível “perdoar o Holocausto”

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Bolsonaro em sua passagem por Israel. (Foto: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou uma mensagem a autoridades de Israel para reverter a polêmica em torno de uma declaração sua de que seria possível perdoar o Holocausto.

“Deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: ‘AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO’. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio”, disse o presidente na carta.

Na última quinta (11), durante encontro com evangélicos no Rio, Bolsonaro disse: “Fui, mais uma vez, ao Museu do Holocausto. Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer. E é minha essa frase: Quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Se não queremos repetir a história que não foi boa, vamos evitar com ações e atos para que ela não se repita daquela forma”.

A declaração gerou polêmica em Israel, país do qual o presidente tem se aproximado. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, publicou no sábado (13), em uma rede social, uma mensagem respondendo à declaração de Bolsonaro.

“Nós sempre iremos nos opor a aqueles que negam a verdade ou aos que desejam expurgar nossa memória —nem indivíduos ou grupos, nem líderes de partidos ou premiês. Nós nunca vamos perdoar nem esquecer”, escreveu Rivlin.

Na sequência, Rivlin afirmou que “líderes políticos são responsáveis por definir o futuro”.

“Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Ninguém deve entrar no território do outro.”

Antes, o presidente de Israel escreveu que o “povo judeu sempre vai lutar contra o antissemitismo e a xenofobia”.

Memorial israelense reage

Em reação à afirmação do presidente Jair Bolsonaro, na quinta-feira (11), de que “podemos perdoar, mas não esquecer” o Holocausto, o museu Yad Vashem divulgou comunicado neste sábado (13) no qual diz que “não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”.

O centro de memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, é um museu dedicado a homenagear as vítimas e os que combateram o genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas.

“Desde a sua criação, o Yad Vashem tem trabalhado para manter a lembrança do Holocausto viva e relevante para o povo judeu e a toda humanidade”, completa a nota.

Embaixador brasileiro defende presidente

Já o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, por meio de seu perfil oficial no Facebook, publicou neste sábado uma mensagem de apoio ao presidente brasileiro.

Ao divulgar o vídeo do discurso de Bolsonaro no encontro com evangélicos no Rio de Janeiro, o diplomata afirmou que as palavras do brasileiro “deixaram claro seu total repúdio ao maior genocídio da história, que foi o Holocausto”.

“Em nenhum momento de sua fala o presidente mostrou desrespeito ou indiferença pelo sofrimento judeu. Não vingarão aqueles que desejam levantar suspeições sobre as palavras de um grande amigo do povo e governo de Israel.”

Congregação israelita

Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista, também reagiu à declaração do presidente brasileiro.

“Os únicos que poderiam perdoar o Holocausto são seus seis milhões de mortos o que, obviamente, não é possível. Se quisermos construir uma sociedade de respeito à diversidade, teremos que deixar esta ferida aberta sem perdão, muito menos esquecimento.”

Schlesinger também atua como representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso.

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https://www.osul.com.br/em-carta-bolsonaro-reve-declaracao-de-que-e-possivel-perdoar-o-holocausto/ Bolsonaro revê declaração de que é possível “perdoar o Holocausto” 2019-04-15
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