Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2017
Na conversa em que gravou o presidente Michel Temer, o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, relata uma sequência de crimes, entre eles obstrução à Justiça, suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas.
A gravação do empresário, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, mostra até tentativa de ter influência em órgãos que regulam e fiscalizam as atividades do grupo empresarial. Ao longo do encontro, Temer ouviu tudo e não condenou os relatos dos crimes do empresário. O peemedebista também não mandou investigar nada.
Com desembaraço e demonstrando intimidade com o chefe do Executivo federal, Joesley pediu na conversa facilidades dentro do governo e combinou encontros. O empresário esteve em 7 de março à noite no Palácio do Jaburu, em Brasília. Com o gravador no bolso, o dono da JBS registrou cerca de 30 minutos de conversa. Na vasta documentação entregue pela Procuradoria ao STF (Supremo Tribunal Federal), os investigadores fazem uma análise desse áudio.
No começo da visita informal ao presidente da República, Joesley informa o motivo do encontro. O empresário diz a Temer que antes estava conversando com o ex-ministro Geddel Vieira Lima e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, para tratar de interesses do seu grupo empresarial.
Então, o delator explica ao peemedebista que, em razão das investigações decorrentes da Operação Lava-Jato, gostaria de saber com quem deveria falar, quem seria o interlocutor do presidente. “Eu vinha falando com o Geddel ali, tudo bem, enfim, andei falando algumas vezes com o Padilha também, mas, agora o Padilha adoeceu, ficou adoentado, aí eu falei, deixa eu ir lá, pra dar…”, ressaltou Joesley.