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Política Em delação premiada, ex-deputado cita Lula, Dilma e diz que Cunha era “máquina de arrecadar dinheiro”

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Dilma afirmou que Pedro Corrêa mentiu na delação. Lula declarou que ele inventa acusações. (Foto: Lula Marques/Agência PT)

Foram divulgados nesta segunda-feira (16) vídeos com trechos dos depoimentos da delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE). O conteúdo de alguns trechos da delação já tinha vindo a público, mas os depoimentos em vídeo ainda não.

Os depoimentos de Corrêa foram prestados em abril do ano passado e em agosto deste ano. No mesmo mês, o relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, homologou a delação.

Nos três vídeos disponibilizados no site da Câmara dos Deputados, Pedro Corrêa citou os ex-presidentes Lula e Dilma e afirmou que o ex-deputado Eduardo Cunha era uma “máquina de arrecadar dinheiro”.

Nos depoimentos, Pedro Corrêa contou que Lula participou diretamente da nomeação de Paulo Roberto Costa pra Diretoria de Abastecimento da Petrobras – uma das primeiras descobertas da Operação Lava-Jato.

Ao Ministério Público, o ex-deputado contou como foi a pressão política no Congresso para a indicação: “Indicamos Paulo Roberto Costa, o que demorou seis meses. Até que resolvemos fechar a pauta da Câmara. Bloqueamos a pauta. Tivemos apoio do PTB, do PL e do PMDB, porque o governo estava cozinhando todo mundo, tinha acordo para as nomeações, que não eram feitas”.

O ex-deputado também relatou as negociações, no governo Lula, para comprar o apoio do PMDB ao nome de Paulo Roberto Costa e do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Na delação, Corrêa relatou uma reunião em 2006, antes da eleição, no primeiro mandato de Lula. Disse que estavam presentes os peemedebistas Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves, Jader Barbalho, o ex-ministro Silas Roundeau e o operador financeiro Jorge Luz.

Segundo o delator, houve pedido de propina de 12 milhões de dólares para que o PMDB apoiasse a manutenção dos diretores na Petrobras. “Não, não, eram 12 [milhões de dólares]. Mas aí eles ficaram de pensar. Paulo Roberto e Nestor Cerveró saíram, foram para o hotel, tomaram café da manhã e acertaram que só podiam chegar em 6 milhões de dólares. E ai voltaram a Jader Barbalho e comunicaram que só poderiam arrecadar 6 milhões de dólares. Ficou acertado que no governo seguinte, Nestor Cerveró e Paulo Poberto teriam apoio do PMDB”, narrou.

Cunha

Na delação, Corrêa deu a dimensão da atuação do ex-deputado Eduardo Cunha pra arreacadar propina. De acordo com Pedro Corrêa, o peemedebista era uma “máquina”.

“O Cunha era uma máquina de arrecadar dinheiro, um monstro. Impressionava todo mundo. Arrecadava dinheiro de todo o jeito. Tinha uma coragem imensa de fazer as coisas”, afirmou.

O ex-deputado contou o que disse a Cunha e ao deputado Júlio Lopes (PP-RJ), no início da carreira política dos dois na Câmara. “Na oportunidade eu disse aos dois: ‘olha, vocês tinham acabado de chegar em Brasília, foram com tanta sede ao pote, vão acabar cassados. Porque cuidado que o cargo de deputado federal é muito visado”, relatou Corrêa.

Dilma

A TV Globo teve acesso com exclusividade a outros termos de delação premiada de Pedro Corrêa. Em um deles, ele afirma que a então presidente Dilma Rousseff mandou, em 2011, um diretor da Petrobras a voltar a pagar propina ao PP.

Na época, o partido estava dividido, segundo o ex-deputado. Ele disse que ficou no grupo que não estava mais recebendo propina da Diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, e que o então diretor afirmou que só retornaria os pagamentos ao grupo de Corrêa dentro do PP se houvesse um “sinal de fumaça” do Planalto.

De acordo com o delator, o então ministro das Cidades Mário Negromonte, que era deputado pelo PP, viajou ao Paraná junto com Dilma para lançar o projeto do metrô de Curitiba, e aproveitou a oportunidade para conversar com a ex-presidente sobre o assunto.

Segundo o delator, Mário Negromonte teria sido claro com a então presidente, afirmando que Paulo Roberto Costa estava se recusando a atender financeiramente o grupo do PP.

Pedro Corrêa afirma que, diante disso, Dilma Rousseff encarregou o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho e a então ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para falarem com Paulo Roberto Costa.

A assessoria do ex-presidente Lula declarou que Pedro Corrêa inventa acusações mentirosas para obter benefícios judiciais, e que Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró já disseram desconhecer qualquer atuação irregular de Lula na Petrobras.

A ex-presidente Dilma Rousseff e a ex-ministra Ideli Salvatti também afirmaram que Pedro Corrêa mentiu na delação.

Gilberto Carvalho e Silas Rondeau disseram que as afirmações de Pedro Corrêa são fantasiosas.

O advogado de Mário Negromonte afirmou que o ex-ministro não participou de qualquer negociação ilícita.

O ex-deputado Henrique Eduardo Alves e os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho declararam que nunca participaram de qualquer reunião com o ex-deputado Pedro Corrêa.

A defesa de Eduardo Cunha não quis comentar.

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