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Brasil Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, um funcionário da construtora OAS disse que o sítio de Atibaia era de Lula e que as reformas no local deveriam permanecer em sigilo

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Sítio frequentado pelo ex-presidente Lula em Atibaia. (Foto: Reprodução)

Nessa segunda-feira, em depoimento ao juiz Sergio Moro, Misael de Jesus Oliveira, encarregado de obras da OAS Empreendimentos, afirmou ter trabalhado em reformas no sítio atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia (SP) em 2014.

Segundo ele, desde o começo os envolvidos na obra foram orientados a manter sigilo sobre os serviços realizados, já que a propriedade seria mesmo do líder petista: “Pediram para a gente manter sigilo, que a gente ia trabalhar no sítio do ex-presidente”.

O funcionário foi ouvido como testemunha de defesa de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira e que, assim como Lula, é réu na ação que investiga se o petista recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas na propriedade, frequentada na época por Lula e sua família.

As informações de Misael corroboram a acusação do MPF (Ministério Público Federal) de que a propriedade, registrada em nome de outras pessoas, na verdade pertence ao ex-presidente. A defesa nega.

Durante a oitiva, o encarregado de obras detalhou ser funcionário da OAS desde 2013 e que, no ano seguinte, foi convocado por seu gerente a trabalhar nas reformas no sítio junto com outros três colegas. Os serviços, segundo ele, foram realizados desde março até às vésperas das eleições daquele ano, realizadas em outubro.

Ainda de acordo com Misael, a OAS proibiu o uso de uniformes com o nome da empresa para a realização das obras. Ele relatou ter trabalhado em reformas na cozinha do sítio e na impermeabilização de um lago. De acordo com os seus cálculos, os serviços custaram entre R$ 400 mil e R$ 500 mil, referentes a despesas com material e mão-de-obra.

“Todos os materiais necessários para as obras no local eram comprados em seu nome, utilizando dinheiro-vivo por meio de depósitos localizados em Atibaia”, acrescentou. “Os recibos eram então apresentados à OAS.”

Questionado por Moro se o procedimento de pagamento em espécie era normal na empresa, o funcionário disse que não. Ele explicou que, em outras obras o material, é comprado pela empresa após serem feitas cotações de orçamentos.

Misael mencionou, ainda, um projeto de construção de uma capela no sítio. Ele disse ter entendido que isso seria feito “assim que passasse a eleição, até para ver se a presidenta Dilma Rousseff seria reeleita”. O serviço, no entanto, não foi realizado, por motivos que ele disse desconhecer.

Pedidos e recados

O funcionário da OAS também disse que recebia pedidos diretamente da ex-primeira-dama Marisa Letícia (que faleceria em 2017), enquanto Lula passava recados através do caseiro do sítio, conhecido como “Maradona”. Em certa ocasião, esse último teria dito que Lula estava perguntando quando seriam feitos os serviços no lago, que estava vazando.

“Dona Marisa estava no sítio às quartas-feiras e também em alguns fins-de-semana”, contou. “O encarregado de obras também afirmou ter visto Lula duas vezes no local, mas soube que o ex-presidente foi mais vezes. Isso porque, segundo ele, Maradona orientava os funcionários da obra a deixarem o sítio quando Lula e Marisa estivessem lá, para que o casal ficasse “mais à vontade”.

Ainda conforme o relato, Misael fazia uma espécie de relatório dos serviços realizados no sítio para passar ao seu gerente e que utilizava esses documentos, feitos a mão, para pedir pagamentos por horas-extras. Segundo ele, a orientação era de que os serviços realizados em Atibaia fossem anotados como “Sítio ZP”.

Moro X defesa

Próximo ao fim do depoimento, houve um novo bate-boca entre o juiz Sérgio Moro e o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, após o magistrado indeferir uma pergunta da defesa. “Mais uma vez o senhor está sendo hostil à testemunha. Sempre acontece quando a testemunha é contrária à tese da defesa”, advertiu Moro.

“Estou fazendo o meu trabalho aqui, que é a descoberta dos fatos”, respondeu Zanin. “O juízo também faz o seu trabalho indeferindo perguntas impertinentes”, completou Moro.

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