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Mundo Em jogada de marketing, Barack Obama entrevista escritora conservadora

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A entrevista serviu para exaltar as qualidades do norte-americano comum e a espiritualidade de Obama. (Foto: Reuters)

A pouco mais de um ano de deixar o cargo mais poderoso do mundo, o presidente dos EUA, Barack Obama, testou suas habilidades em um novo ofício: o de entrevistador. A escolhida para a experiência foi a premiada escritora norte-americana Marilynne Robinson, com quem o presidente travou um diálogo sobre cristianismo, democracia, a superação dos medo e o gosto pela literatura — em um papo-cabeça talhado para exaltar as qualidades do norte-americano comum e a espiritualidade de Obama.

“Uma das coisas que eu não tenho oportunidade de fazer com a frequência que gostaria é simplesmente ter uma conversa com alguém de quem eu gosto e no qual estou interessado”, explicou Obama na abertura da entrevista, publicada na prestigiada revista de ensaios New York Review of Books.

Além de mostrar a desenvoltura de Obama como entrevistador, o diálogo é mais uma jogada de marketing para atingir outros públicos de formas criativas. O arsenal de autopromoção do presidente já incluiu participações em diversos “talk shows”, farto uso de redes sociais e, recentemente, a divulgação de sua lista de canções para as férias de verão. Bob Dyan, Frank Sinatra, John Coltrane e Beyoncé estão entre os favoritos, informou ao mundo a Casa Branca.

Na entrevista com a escritora Marilynne, Obama deixou de lado por um momento os jovens descolados e mirou outro público, mais conservador. Mostrou seu lado reflexivo e ligado na fé cristã, tentou ser moral sem ser moralista. Em uma troca de gentilezas inicial, ele explicou que a escolheu como sua primeira entrevistada porque um dos seus livros preferidos é “Gilead”, pelo qual a escritora recebeu o prêmio Pulitzer em 2005. O romance tem como protagonista um pastor protestante no leito de morte, que relata em uma longa carta de despedida ao filho de sete anos seus dilemas morais, entre as obrigações religiosas e as imposições terrenas.

No diálogo com a escritora, o presidente enveredou pelas próprias dúvidas, citando a distância entre as virtudes do norte-americano médio e a crueza da política, sem perder a oportunidade de alfinetar os seus críticos e adversários políticos, particularmente os mais conservadores.

“Há tanta bondade, decência e senso comum na vida real, e de alguma forma isso é traduzido em uma política malvada, rígida e dogmática”, disse Obama, no que parece ser uma acusação indireta aos políticos que exploram a boa fé do eleitor. “E parte disso tem a ver com os filtros que há entre as pessoas comuns, que estão ocupadas tentando cuidar de seus filhos e fazer um bom trabalho e fazer tudo aquilo que mantém uma comunidade, então eles não têm a chance de acompanhar os detalhes dos debates políticos mais complicados.”

Tagarela

Obama foi o entrevistador, mas falou quase tanto quanto Marilynne. Quando teve a palavra, encorajada pelo presidente, ela disse que vê no cristianismo a semente da natureza democrática dos Estados Unidos.

“Acredito que as pessoas são imagens de Deus. Não há alternativa teologicamente respeitável a tratar as pessoas de acordo com esse entendimento”, ressaltou ela. “A democracia é a consequência lógica e inevitável desse tipo de humanismo religioso em seu mais alto nível.”

O bate-papo com uma intelectual liberal, mas cuja obra tem fortes cores cristãs, parece ter dois objetivos políticos, além de mostrar o ecletismo intelectual de Obama. Primeiro, mostrar que é possível ser cristão e progressista ao mesmo tempo, uma resposta aos que se opõem a políticas do presidente como a legalização do casamento gay.

E, segundo, reforçar suas credenciais cristãs, o que nunca é demais em um país onde quase um terço da população ainda acredita que Barack Hussein Obama é muçulmano, de acordo com uma pesquisa da rede CNN divulgada no mês passado. (Folhapress)

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