Esporte Em meio à boa fase, o Inter tem mais um desafio na Série B: manter o foco para garantir o retorno à primeira divisão

O técnico Guto Ferreira e o vice de futebol Roberto Melo adotam discurso de cautela. (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

Faltando 14 rodadas para o encerramento de edição de 2017 da Série B do Campeonato Brasileiro, o Inter precisa lidar com mais um adversário na competição: o risco de perda do foco. O motivo é a possibilidade de relaxamento – ou mesmo de seu oposto, a ansiedade – em relação ao retorno à elite do futebol nacional, missão que muitos consideram como fato a ser consumado em breve.

O bom desempenho desde o final do primeiro turno do certame colabora para esse clima de otimismo, que tem por base as estatísticas mais recentes da Série B. Mas sabe-se que, ao mesmo tempo em que esse tipo de análise numérica serve para avaliar e comparar fatos já ocorridos, nem sempre se confirma no presente ou no futuro. E isso vale para o esporte mais popular do País.

De qualquer forma, vale uma espiada nos números. Com o melhor ataque e a segunda defesa menos vazada, o time do Saci é o segundo colocado na tabela, com 45 pontos, três a menos que o América-MG, que nessa segunda-feira assumiu momentaneamente o topo da tabela ao vencer por 1 a 0 o Vila Nova-GO (terceiro colocado) – e que, portanto, tem um jogo a mais.

Fontes extraoficiais projetam que 66 pontos seriam suficientes para “bater o martelo” de forma tranquila neste ano. Assim, bastaria para o grupo sob o comando de Guto Ferreira precisaria de mais 21 pontos, que podem ser conquistados com sete vitórias ou, por exemplo, com uma combinação de seis resultados positivos e três empates. Ambas as hipóteses parecem bastante plausíveis, ao menos em tese: em 2016, os quatro clubes que subiram à Série A (Atlético-GO, Avaí-SC, Vasco e Bahia) somaram entre 63 e 76 pontos.

Coincidentemente, o mesmo time que precisa de sete vitórias (não falta quem fale em seis) nos 14 jogos restantes até a última rodada (no último fim-de-semana de novembro) ainda tem sete jogos no estádio Beira-Rio: América-MG (na quarta-feira da semana que vem, 27/9), Santa Cruz-PE (30/9), Brasil de Pelotas (9/10), Ceará (28/10), CRB-AL (4/11), Vila Nova-GO (11/11) e Guarani-SP (25/11, na rodada de encerramento). Sete também é o número de triunfos colorados nos últimos oito compromissos.

Cautela

Nem a torcida, atletas, comissão técnica ou cartolas querem esperar até lá para respirarem aliviados. A meta é deixar para trás, o quanto antes, o pesadelo da Segunda Divisão, nunca antes enfrentado pelo clube em seus 108 anos de história – fato que chegava a ter status de “troféu” na rivalidade com o Grêmio, duas vezes rebaixado (1992 e 2005). Mas na avenida Padre Cacique o discurso é cautela e nem poderia ser diferente.

Após os 3 a 0 aplicados sobre o Figueirense em Porto Alegre, na tarde do último sábado, o técnico colorado Guto Ferreira corroborou chamou a atenção para a necessidade de se manter focado a cada duelo. “Precisamos pensar jogo a jogo e manter o respeito aos adversários, sejam eles quais forem”, frisou na entrevista coletiva. “À medida em que as vitórias vão acontecendo, a gente chega ainda mais perto do objetivo, mas não podemos pensar lá na frente.”

A ideia é reforçada na fala do o vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Melo. “Não estamos em contagem regressiva”, garante. “A ansiedade é algo presente desde o início do campeonato, principalmente quando os resultados não apareceriam, gerando instabilidade. Agora temos mais tranquilidade para trabalhar, o não quer dizer que estejamos menos atentos.”

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