Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de dezembro de 2016
Milhares se reuniram na noite deste sábado (31) em Seul, capital da Coreia do Sul, para pedir a renúncia da presidente do país, Park Geun-hye, que passa por um processo de impeachment. A presidente se envolveu em um escândalo de corrupção que paralisou sua administração.
Todo o processo de impeachment pode levar 180 dias. Os manifestantes levavam cartazes que diziam: “Mudança de governo no Ano Novo” e “Saia, Park Geu-hye, imediatamente”. Segundo os organizadores, mais de 600 mil pessoas participaram do protesto. A polícia não forneceu nenhum número sobre a participação. O processo contra a chefe de Estado surgiu após a imprensa sul-coreana ter revelado que Choi Soon-Sil, amiga de Park há 40 anos, aconselhava a presidente nos assuntos de Estado sem exercer nenhuma função oficial ou ter habilitação para isso, além de usar sua proximidade com o poder para obter vantagens pessoais.
Choi, 60 anos, é chamada de “Rasputina” pelos meios de comunicação locais, em referência a Rasputin, o místico que exerceu uma grande influência sobre o Czar Nicolau II da Rússia no início do século 20. Acusada de ser uma “cartomante xamânica” pela oposição, Choi é filha de uma misteriosa figura religiosa, Choi-Tae-Min, chefe autoproclamado de uma seita chamada Igreja da Vida Eterna. Ele, que já era ligado ao pai da presidente, converteu-se em mentor de Park Geun-Hye depois do assassinato de sua mãe, em 1974.
De acordo com um relatório da agência de inteligência coreana da década de 1970, o religioso se aproximou de Park dizendo que conseguia se comunicar com a mãe dela em sonhos.Segundo a imprensa, Choi teria herdado de seu pai, morto em 1994, uma influência pouco apropriada sobre a presidência. O ex-marido de Choi, inclusive, havia sido um dos principais adjuntos de Park até sua eleição, em 2012.
Rumores dizem que Choi teria criado um grupo secreto de conselheiros presidenciais não oficiais chamado “as oito fadas” ou “as oito deusas”, mas não há detalhes sobre quem seriam essas oito pessoas. (AG)