Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
Em petição ao Instituto Nacional de Criminalística – braço de perícia central da Polícia Federal – o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) listou 27 questionamentos sobre as gravações que o pegaram supostamente exigindo 2 milhões de reais em propinas ao grupo JBS/Friboi. Ele divide o documento em três capítulos – as mídias recebidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), os equipamentos utilizados para a gravação e os áudios em si.
O documento é subscrito pelos criminalistas Alberto Zacharias Toron, José Eduardo Rangel de Alckmin, Luiza Vasconcelos Oliver e Rodrigo Otávio de Alencastro, advogados do parlamentar.
O tucano foi gravado por Joesley Batista, um dos donos do grupo, durante reunião em um hotel em São Paulo. No encontro, o tucano teria pedido 2 milhões de reais ao empresário, alegando que precisava do dinheiro para custear despesas com advogados, por ter se tornado alvo de cinco inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), com base nas delações de executivos da empreiteira Odebrecht.
O áudio da conversa com Joesley apresenta ruídos e trechos incompreensíveis. Na petição para encaminhamento à perícia da PF (Polícia Federal), os advogados do senador afastado querem saber se existem “supressões, quebras ou mudanças na linearidade dos discursos decorrentes de operação proposital do equipamento ou manipulação da gravação resultante”.
A delação de Joesley provocou a abertura de novo inquérito contra Aécio na Corte. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão preventiva do parlamentar, em decorrência de flagrante por crime inafiançável. O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no STF, negou o pedido, limitando-se a suspender o mandato de Aécio. Janot recorreu e insiste na prisão.