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Mundo Em prisão domiciliar, o presidente do Zimbábue se reúne com o chefe dos militares e dos enviados da África do Sul

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Mulher de Robert Mugabe há 21 anos, Grace busca ser a sucessora natural do marido. (Foto: Reprodução)

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, dois ministros de seu gabinete e o chefe dos militares encontraram enviados da África do Sul, nesta quinta-feira (16), no escritório presidencial, segundo o jornal “Herald”, jornal oficial do Estado.

As fotos publicadas pelo site do “Herald” mostram Mugabe, o general Constantino Chiwenga, o ministro da Defesa Sydney Sekeramayi e o ministro da Segurança do Estado, Kembo Mohadi conversando com autoridades sul-africanas junto com o padre católico Fidelis Mukonori.

Segundo o jornal, o encontro aconteceu na State House. O fato de Mugabe ter saído de sua casa, no subúrbio de Harare e ter ido ao local, segundo o “Wall Street Journal” pode indicar uma nova fase na transição de poder no país. Desde a noite de terça-feira, o presidente estava confinado em sua casa junto com familiares e aliados.

Mukonori está atuando como intermediário entre Mugabe e os generais, que assumiram o controle de prédios públicos na quarta-feira (15) e colocaram militares nas ruas da capital, Harare.

Segundo fontes da agência Reuters e do jornal “Times” da África do Sul, Mugabe insiste em permanecer como o único líder legítimo do país e rejeita inclusive a mediação de intermediários da Igreja. “Os militares insistem que o presidente tem que pôr fim ao seu mandato”, indicaram as fontes citadas pelo jornal. “É uma espécie de ponto morto, um beco sem saída”, acrescentaram.

A justificativa dos militares, que evitam usar a palavra “golpe”, é realizar uma operação direcionada a “criminosos” ligados ao presidente. Mnangagwa, ex-braço-direito de Mugabe e um dos heróis da independência do país, exilou-se na África do Sul. Na quarta-feira, surgiram relatos não confirmados de que ele estaria voltando ao país.

Entenda o caso

Uma operação militar, realizada na quarta-feira, colocou em prisão domiciliar o presidente, de 93 anos, e poderia alçar Mnangagwa ao poder. Os acontecimentos representam uma guinada na vida política da antiga Rodésia do Sul.

Mugabe governa o país desde 1980, ano em que a independência do Reino Unido foi reconhecida e o país passou oficialmente a ser chamado de Zimbábue.

Ex-líder de guerrilha que ficou mais de dez anos preso por sua luta para tirar o controle do país das mãos da minoria branca, Mugabe foi elogiado internacionalmente à época por anunciar uma política de reconciliação racial e estender à população negra os melhores serviços de educação e saúde.

Mas isso durou pouco: logo ele passou a ser reconhecido como um déspota que eliminou violentamente toda a oposição política e arruinou a economia da jovem nação africana. Duas décadas depois, com decisão de tomar propriedades de fazendeiros brancos, sua transformação de “queridinho” do Ocidente a pária se completou – embora seu status de herói da libertação ainda ecoe em várias regiões da África.

Mesmo assim, o presidente se perpetuou no poder por meio de eleições sob as quais sempre pairaram denúncias de fraude. Mas para Andrew Harding, correspondente da BBC na África, “o erro de Mugabe foi presumir que ainda era o todo poderoso, e que podia instaurar uma dinastia tendo sua mulher como sucessora”.

Para Harding, Mnangagwa tomará o controle do país, e muitos governos estrangeiros lhe darão “o benefício da dúvida”.

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