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Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2018
Nessa sexta-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) usou as redes sociais para rebater declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à emissora BBC Internacional. Em entrevista por escrito a um correspondente brasileiro da rede britânica, o líder petista voltou a defender a tese de que foi preso para a sua candidatura ficasse impedida e que esse foi o motivo da vitória do adversário.
“Eu só não concorri com Lula porque ele está preso, condenado por corrupção”, declarou no Twitter o ainda deputado federal do PSL, também repetindo uma de suas afirmações mais frequentes durante a campanha presidencial na qual venceu ambos os turnos.
Lula
A polêmica começou na quinta-feira, quando a emissora de televisão britânica BBC publicou em seu site trechos de uma entrevista feita por carta com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex de Guarujá (SP).
Em suas respostas, o petista acusou o ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro, de ter agido politicamente durante o seu processo, para prendê-lo e, assim, tirá-lo da disputa presidencial. “Bolsonaro só ganhou porque não concorreu contra mim”, disse o ex-presidente.
“Então, Moro fez política e não justiça, e agora se beneficia disso”, continua Lula, em referência ao fato de o ex-juiz ter aceitado o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro, após a vitória do capitão da reserva contra o candidato do PT, Fernando Haddad, que substituiu Lula na disputa.
O ex-presidente foi condenado por Moro, à época juiz de primeira instância, a nove anos e meio de prisão. Na segunda instância, julgado por desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), de Porto Alegre, o petista teve a sua sentença aumentada para 12 anos e um mês.
Essa foi a primeira entrevista de Lula desde que foi preso. Proibido de dar entrevistas presenciais ou por telefone, Lula respondeu por escrito às perguntas feitas por carta pelo jornalista brasileiro Kennedy Alencar para um documentário da BBC, informou a emissora.
Nesta semana, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começou a analisar mais um pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados de defesa do ex-presidente, que governou o País por dois mandatos consecutivos, de 2003 a 2010. O julgamento, no entanto, foi interrompido após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.