Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2017
A Rússia anunciou nesta sexta-feira (28) uma série de retaliações aos Estados Unidos como consequência do novo pacote de sanções que tramita no Congresso norte-americano para aprovação. Entre as medidas, as autoridades russas cortaram o número de diplomatas norte-americanos no país e anunciaram o confisco de propriedades norte-americanas em Moscou. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores considerou que a decisão dos EUA é uma prova de “russofobia”.
Na quinta-feira (27), o presidente russo Vladimir Putin disse, em visita oficial à Finlândia, que o país teria que responder às sanções, mas apenas o faria diante do texto final do Congresso sobre as punições. Putin considerou as medidas norte-americanas “grosseiras e descabidas”, e o governo indicou que o pacote dificultará a normalização dos laços entre os dois países.
De acordo com a nota, Moscou pediu a Washington que, a partir de 1º de setembro, reduza para 455 o pessoal da sua embaixada e dos seus consulados na Rússia. Além disso, impediu a utilização, por parte da representação diplomática dos Estados Unidos, de uma residência na periferia da capital russa e de armazéns.
Com a redução, o número de representantes americanos estará no mesmo nível que o de funcionários russos nos Estados Unidos, afirmou o Ministério, que se reservou ainda o direito de anunciar novas medidas. A chancelaria alertou que responderá caso os EUA decidam expulsar qualquer diplomata russo.
Na quinta-feira, o Senado americano adotou novas sanções contra a Rússia por sua suposta ingerência na eleição presidencial de 2016. Criticado por Moscou e pela União Europeia, já que pode prejudicar algumas de suas empresas no setor energético, o texto legislativo será agora submetido ao presidente Donald Trump, que poderá sancioná-lo ou vetá-lo. O republicano se vê numa situação delicada, uma vez que terá que decidir se adota uma postura linha-dura com Moscou ou se veta a legislação, contrariando sua própria legenda.
A votação no Congresso norte-americano “mostra que as relações com a Rússia se tornaram reféns das lutas de política doméstica nos Estados Unidos”, denunciou o Ministério russo. “Apesar dos permanentes ataques de Washington, nós agimos de maneira responsável e com contenção e vamos continuar a agir”, acrescentou. “Os últimos acontecimentos mostram, porém, que a russofobia e a busca de confrontação estão muito arraigadas em certos círculos”.
A Inteligência dos EUA acredita que a Rússia tentou interferir nas eleições presidenciais norte-americanas do ano passado para favorecer Trump em detrimento da democrata Hillary Clinton. Agora, há diversas investigações em curso para definir se houve conluio entre membros da chapa republicana e o Kremlin. O governo russo sempre negou ter influenciado a votação.