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Brasil Após cirurgia na próstata, Michel Temer deve receber alta na segunda-feira e voltar ao trabalho no meio da semana

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Presidente está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. (Foto: Reprodução)

Durante entrevista coletiva no início da tarde deste sábado, o cardiologista de Michel Temer, Roberto Kalil Filho, afirmou que o presidente está “clinicamente muito bem” e que deve receber alta na segunda-feira, com previsão de retorno ao trabalho na quarta-feira. O peemedebista foi submetido, na noite de sexta-feira, a uma cirurgia denominada “procedimento de desobstrução uretal através de ressecção da próstata” no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e depois foi encaminhado para a unidade de terapia semi-intensiva. O paciente está com uma sonda, que deve ser retirada já neste domingo.

“O presidente Michel Temer passou por um procedimento em Brasília e depois deu entrada neste hospital no dia de ontem [sexta-feira], quando foi revisado e passou pelo procedimento de ressecção da próstata. Clinicamente, ele está muito bem. Passou pela unidade semi-intensiva, foi para o apartamento e está estável. Não houve qualquer intercorrência e deve receber alta na segunda-feira”, disse Kalil, que também atua na instituição paulistana.

A internação na noite de sexta-feira foi motivada por um quadro de retenção urinária devido a hiperplasia benigna da próstata. De acordo com o urologista Miguel Srougi, Temer já havia feito uma cirurgia na próstata há sete anos. “Todo homem que tem esse órgão operado está sujeito a apresentar hemorragias. De quarta para quinta-feira, ele teve um quadro de sangramentos e retenção urinária, o que motivou a colocação de uma sonda, que precisava ser retirada”, explicou.

Ainda segundo Srougi, a próstata do presidente tinha voltado a crescer, formando uma rede de vasos sanguíneos, o que foi constatado no exame preliminar antes da cirurgia. Esta bola de coágulos de sangue obstruindo a uretra foi retirada, para evitar que o presidente voltasse a ter sangramentos.

“Ele tinha coágulos, que sangraram e isso se repetiria. Agora, é muito difícil voltar a aumentar, muito improvável, mas não impossível. Este problema está resolvido”, avaliou Srougi. Conforme o urologista, o fato de Temer carregar uma bolsa de sonda por dois dias estava atrapalhando, devido ao desconforto. “Isso cria um sofrimento psicológico, de alguém que se sente limitado com algo no corpo”, afirmou o médico.

Apreensão

Temer sentiu um desconforto na manhã de quarta-feira, dia de votação na Câmara dos Deputados da segunda denúncia contra ele – desta vez por obstrução da Justiça e organização criminosa. Em Brasília, o chefe do Executivo passou por procedimento de desobstrução do canal da uretra, no qual foi sedado, segundo informou a Presidência da República.

A notícia da internação chegou a gerar tensão entre aliados e oposicionistas do presidente, pois Temer havia sido diagnosticado com obstrução parcial de artéria coronária, recentemente. O problema urológico, porém, não guardava relação com isso, de acordo com os médicos.

O presidente deixou o hospital ainda na noite da quarta-feira, dizendo-se “inteiro”. Duas horas depois, publicou em uma rede social a seguinte mensagem: “Boa noite! Hoje tive um desconforto e fui submetido a uma série de exames. Estou bem. A orientação médica foi para que eu fique em repouso pelos próximos dias”. No dia seguinte, ele despachou com alguns assessores e cumpriu agenda no Palácio do Planalto à tarde.

A incidência da hiperplasia prostática benigna (crescimento da próstata) é de 50% para homens com mais de 50 anos e chega a 90% aos 80 anos – Temer tem 77. É menos comum que esse crescimento seja devido a um câncer. A próstata em um tamanho maior comprime a uretra e pode levar o paciente a não conseguir urinar.

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