Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2017
Em meio à crise política agravada pela delação de empresários da JBS, o presidente Michel Temer decidiu manter a viagem para a Rússia e a Noruega na próxima semana com o objetivo de mostrar que “o País não está parado”. Além disso, para dar uma demonstração de força política, Temer reuniu 14 governadores e cinco vices na noite dessa terça-feir (13), para jantar, no Palácio da Alvorada, após o PSDB decidir permanecer no governo e o Tribunal Superior Eleitoral ter evitado a cassação de seu mandato.
Também estavam no Alvorada os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), além do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
No jantar oferecido aos governadores para tratar da regulamentação do refinanciamento da dívida dos Estados com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o presidente Michel Temer defendeu “uma solução” para as dívidas que somam R$ 50,46 bilhões. Com a chamada “securitização” dos débitos, os governadores terão mais dinheiro em caixa, a um ano e quatro meses das eleições de 2018.
O Planalto, por sua vez, espera como recompensa que alguns deles – como Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo –, atuem para que as bancadas de seus partidos ajudem a impedir, no plenário da Câmara, a possível denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer. O governo precisa do apoio de 172 dos 513 deputados para barrar a abertura do processo.
Interlocutores do presidente chegaram a avaliar que havia “um risco político alto” com a viagem, mas prevaleceu o argumento de que é fundamental que o presidente mostre que está trabalhando, independentemente da crise. (AE)