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Cinema Em vídeo, Bernardo Bertolucci admite que cena de sexo em “Último Tango em Paris” foi estupro

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Após críticas, cineasta afirma que atriz sabia da violência da cena e que tudo não passa de "mal entendido ridículo". (foto: reprodução)
Maria Schneider e Marlon Brando  em "O último tango em Paris" (Foto: Reprodução)

Maria Schneider e Marlon Brando em “Último tango em Paris” (Foto: Reprodução)

Até sua morte, em fevereiro de 2011, aos 58 anos, Maria Schneider sempre proclamou que foi abusada pelo diretor Bernardo Bertolucci e pelo astro Marlon Brando na famosa cena da manteiga em “Último Tango em Paris”, de 1972.

Maria tinha 19 anos e nenhuma experiência de cinema. Seus protestos nunca foram muito levados a sério porque era a palavra dela contra a de grandes artistas como Bertolucci e Brando.

Mas eis que Maria dizia a verdade. A verdade sobre a cena famosa foi desvendada na semana passada pelo site norte-americano da revista Elle. Em 2013, numa entrevista ao programa holandês “College Tour”, Bertolucci admitiu que o impacto da cena deve-se ao fato de Maria haver sido pega de surpresa. A gravação se perdeu, Bertolucci, cada vez mais isolado – ficou paralítico por causa de uma cirurgia malsucedida de coluna -, nunca mais voltou ao assunto. Só que a gravação foi recuperada.

Bertolucci conta que Brando e ele tiveram a ideia na manhã em que a cena foi filmada. Imaginaram que o personagem de Brando usaria a manteiga como lubrificante anal, mas mantiveram o segredo entre eles, contando com a reação ‘espontânea’ da atriz. No programa, Bertolucci conta que se sentiu muito mal por não haver instruído Maria, mas reconhece que, para o filme, foi melhor.

Ele queria filmar sua reação como mulher, não como atriz. Jeanne, a personagem, é violentada por Brando, e foi isso que ocorreu na realidade. “Queria que ela reagisse humilhada. Maria era muito jovem para interpretar a cena como a víamos. Acho que ela sempre nos odiou, a Brando e a mim, pelo que fizemos”, admitiu Bertolucci, e é verdade.

O diretor italiano publicou nesta segunda-feira (5) um comunicado em resposta às críticas que vem recebendo sobre a infame cena da manteiga no filme “Último tango em Paris” (1972). O cineasta afirma que a atriz Maria Schneider sabia da violência na cena, mas foi surpreendida pelo uso de manteiga, e que tudo não passa de um “mal entendido ridículo”.

Na nota, ele diz que Schneider sabia da violência na cena. “Maria sabia de tudo porque ela tinha lido o script, no qual estava tudo descrito. A única novidade foi a ideia da manteiga. E isso, como eu fiquei sabendo muitos anos depois, ofendeu Maria. Não a violência à qual ela foi submetida na cena, que estava escrita no roteiro”, diz.

“Há muitos anos na Cinémathèque Française alguém me pediu detalhes na famosa cena da manteiga. Eu especifiquei, mas talvez não tenha sido claro, que decidi com Marlon Brando não informar Maria que usaríamos manteiga. Queríamos uma reação espontânea dela sobre o uso impróprio. Aí está o mal entendido. Alguém pensou, e pensa, que Maria não tinha sido informada da violência contra ela. Isso é falso!”

Culpado, mas não arrependido
No vídeo, Bertolucci conta que não voltou a ver a atriz depois das gravações do filme, porque “ela o odiava”. O diretor afirma que se sente culpado pelo episódio, mas que não se arrepende da decisão. “Para fazer filmes, e obter algo, às vezes precisamos ser completamente frios.”

Em uma entrevista de 2007 ao “Daily Mail” citada pela imprensa internacional, Schneider afirma que se sentiu humilhada e “um pouco estuprada” durante as filmagens de “Último tango”. A atriz contou que a cena não estava no roteiro original e que foi informada sobre o conteúdo pouco antes da filmagem, mas disse que não houve sexo real.

“Marlon me disse: ‘Maria, não se preocupe, é só um filme’. Mas durante a cena, mesmo que o que Marlon estava fazendo não fosse real, eu estava chorando lágrimas de verdade”, lembrou. “Eu estava com tanta raiva. Eu deveria ter ligado para o meu agente ou ter pedido que meu advogado fosse ao set porque você não pode forçar alguém a fazer algo que não está no roteiro, mas na época eu não sabia disso.”

 

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