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Brasil Empreiteiro diz que doou dinheiro à campanha de Dilma por temer represália

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Pessoa também revelou que deu 2,4 milhões de reais à campanha de Lula via caixa dois (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

O empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse a procuradores da Operação Lava-Jato que doou 7,5 milhões de reais à campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não ajudasse o PT. Segundo Pessoa, a contribuição da empresa foi tratada diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.

Preso desde novembro do ano passado e, atualmente, em regime de prisão domiciliar, o empresário negocia desde janeiro com o Ministério Público Federal um acordo para colaborar com as investigações em troca de uma pena reduzida. Nos contatos com os procuradores e no documento em que indicou as revelações que está disposto a fazer caso feche o acordo, Pessoa descreveu de forma vaga sua conversa com Edinho, mas afirmou que havia vinculação entre as doações eleitorais e seus negócios na Petrobras.

O empreiteiro contou ter se reunido com Edinho a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como o principal operador do partido no esquema de corrupção descoberto na Petrobras e que está preso em Curitiba (PR). As doações à campanha de Dilma foram feitas legalmente. Segundo os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram três: duas em agosto e outra em outubro de 2014, dias antes do segundo turno da eleição.

Se Pessoa fechar o acordo de delação premiada com os procuradores, ele terá então que fornecer provas e detalhar suas denúncias em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal. Em janeiro, o empreiteiro já havia indicado sua disposição de falar sobre a campanha de Dilma em documento escrito na cadeia e publicado pela revista Veja. “Edinho Silva está preocupadíssimo”, escreveu o empresário.

Lula

Pessoa também afirmou aos procuradores que fez contribuições clandestinas para as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006, e  do prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012. O empreiteiro disse que doou 2,4 milhões de reais à campanha de Lula, via caixa dois. O dinheiro teria sido trazido do exterior por um fornecedor de um consórcio formado pela UTC com as empresas Queiroz Galvão e Iesa e entregue em espécie no comitê petista.

PT

 O partido rejeitou as acusações do empresário e afirmou em nota que todas as doações à campanha da presidenta Dilma em 2014 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral. O partido ressaltou que as contas da campanha  foram aprovadas por unanimidade pela Justiça Eleitoral. (Folhapress)

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