Brasil Empresário nega à Justiça ser dono do avião que caiu com Eduardo Campos

Campos morreu em plena campanha à Presidência da República. (Foto: Jorge Araújo/Folhapress)

Para evitar o andamento de um processo que pede 350 mil reais de indenização, um empresário que se apresentava como dono do jatinho usado por Eduardo Campos na campanha presidencial pelo PSB de 2014 diz, agora, que “nunca foi proprietário ou explorador da aeronave acidentada”.

Em resposta à ação de três moradores de uma propriedade destruída na queda do avião, em agosto do ano passado, a defesa do pernambucano João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho alegou à Justiça que ele iniciou a compra da aeronave, mas que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não concluiu os trâmites para a transferência.

Os advogados afirmam que, com a não concretização do procedimento, os pagamentos foram convertidos em horas de voo. Por isso, dizem, no momento do acidente a operação ainda era de responsabilidade do grupo A. F. Andrade, antigo proprietário do jato. “Toda intervenção técnica era realizada pela A. F. Andrade, destacando-se, por exemplo, a escolha do comandante”, argumentou, na contestação à ação, o advogado Carlos Gonçalves Júnior.

O avião caiu em Santos (SP) e matou o presidenciável e mais seis pessoas. Após o acidente, João Lyra assumiu que estava comprando o jato Cessna do grupo A. F. Andrade – que está em recuperação judicial. Até este ano, João Lyra e Gonçalves Júnior negociavam acordos extrajudiciais para indenizar as famílias que tiveram propriedades destruídas na queda da aeronave.

Mudança de posição

O próprio Gonçalves Júnior havia dito ao jornal “Folha de S.Paulo” que seu cliente “está assumindo os prejuízos e se propondo a fazer as indenizações e depois vai atrás dos responsáveis pelo acidente, ao final das investigações”. Com base nessa mudança de posição, o representante das pessoas que pedem indenização, Luiz Roberto Stamatis de Arruda Sampaio, pretende responder a João Lyra na Justiça.

“Realmente a transferência [da aeronave] não se concretizou, mas ele é quem estava explorando o uso do avião. Se não tem responsabilidade, por que procurou um monte de gente para pagar indenização?”, questionou o advogado dos proprietários das casas atingidas. (José Marques/Folhapress)

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