Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2017
Após Hollywood ser palco de diversos casos de abusos sexuais, chegou a vez do escândalo atingir os empresários de Wall Street. Dois executivos da Fidelity Investment, uma das maiores empresas de investimento do mundo, foram acusados de assédio, informou a imprensa norte-americana nessa segunda-feira.
De acordo com a mídia, o investidor Robert Chow, de 56 anos, renunciou ao cargo no início do mês após algumas funcionárias denunciarem que o empresário fazia diversos comentários “sexuais inapropriados”. Além disso, Gavin Baker, considerado a estrela da empresa, responsável por ativos no valor de US$ 16 bilhões, foi demitido por assédio a uma funcionária de 26 anos.
A Fidelity não se pronunicou publicamente, mas convocou todos os funcionários para uma reunião em que reiterou a sua intolerância em relação aos casos de abusos. A empresa afirmou que a sua política “proíbe abusos de qualquer maneira”.
“Quando uma denúncia deste gênero é colocada em evidência, investigamos imediatamente e tomamos medidas rápidas e adequadas. Nós simplesmente não toleraremos, e não toleraremos, esse tipo de comportamento”. Abusos em Hollywood Na última semana, o cineasta norte-americano Quentin Tarantino admitiu, em entrevista, que sabia há décadas que o produtor Harvwy Weinstein cometia abusos sexuais e confessou sentir-se envergonhado por não ter feito nada a respeito.
“Sabia o suficiente para ter feito mais do que fiz”, disse o vencedor de dois Oscars, ao jornal “The New York Times”, ressaltando que “havia algo mais que os tradicionais boatos e as fofocas habituais. Não era [informação] de segunda mão”, destacou.
Weinstein, de 65 anos, foi acusado de abuso e assédio sexual por mais de 40 atrizes. Na semana passada, o advogado David Ring relatou a violência contra a sua cliente, uma atriz italiana, que não foi identificada.
A italiana acusa Weinstein de tê-la estuprado em um quarto de hotel em Los Angeles em 2013. “Minha cliente agradece a todas as corajosas mulheres que finalmente vieram à luz e expuseram Weinstein”, disse Ring.
Uber
Casos de abuso sexual ocorridos dentro da empresa Uber e denunciados por uma das funcionárias serão contados em filme com roteiro assinado por Allison Schroeder, do longa-metragem indicado a três categorias do Oscar Estrelas além do tempo (Hidden figures, no original em inglês). A produção será inspirada na história real da engenheira Susan Flower, vítima de uma suposta política sexista tornada pública em fevereiro de 2017. Ela desenvolve a obra em parceria com a Good Universe.
O assédio denunciado por Susan no texto Reflecting on one very, very strange year at Uber (Reflexões sobre um ano muito, muito estranho no Uber, em português) desencadeou procedimentos investigativos dentro da empresa e levaram à renúncia do CEO Travis Kalanick. A ex-funcionária responsabilizou o tratamento abusivo (e o próprio caos da organização) pelo decréscimo do número de mulheres empregadas no serviço.
“Quando eu entrei no Uber, a organização tinha 25% do quadro preenchido por mulheres. Com o tempo, eu tentava transferência para outra organização, e esse número caiu para 6%. Mulheres estavam se transferindo para outros lugares ou tentando iniciar o processo. Havia duas razões para isso: o caos da organização e o sexismo”, escreveu.