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Por Redação O Sul | 5 de julho de 2017
As empresas de médio porte são as que menos contratam mulheres no Brasil. Nesses locais, os homens ainda compõem mais de 60% dos empregados, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O quadro é mais favorável às mulheres em companhias de grande porte (com 250 empregados ou mais), em que a participação feminina chegou a 46,4% em 2015. As pequenas empresas ficam em segundo lugar em termos de participação feminina (45%). As empresas de médio porte (de 50 a 249 empregados) eram responsáveis em 2015 por 14,8% do total de assalariados do País e 12,5% do volume de remuneração pago.
O levantamento feito pelo IBGE aponta uma ligeira melhora na participação feminina no setor privado entre 2010 e 2015: o percentual de mulheres assalariadas evoluiu de 36,2% para 38,8% no período, considerando esse mercado como um todo. Na administração pública, em que a seleção é feita por concurso, elas continuaram a ser maioria. O quadro, contudo, é de estabilidade: tanto em 2010 quanto em 2015 elas compunham 58,3% dos empregados no setor.
Houve avanço por outro lado nas entidades sem fins lucrativos, onde as mulheres ampliaram sua participação de 53,3% para 55,8% em cinco anos, enquanto o percentual de homens caiu na mesma proporção. Uma novidade do período é que as mulheres passaram a dominar o campo das atividades profissionais, científicas e técnicas. Enquanto em 2010 elas correspondiam a 47,3% dos ocupados na área, em 2015 essa fatia subiu para 50,6%. Uma das razões para essa mudança é o melhor nível de qualificação médio das mulheres, que detêm mais diplomas de ensino superior e pós do que a população masculina, em média.
Por outro lado, a participação feminina recuou 0,8% nas atividades ligadas a eletricidade e gás – uma das áreas que apresenta os melhores níveis de remuneração – e no campo da educação, onde o percentual de mulheres caiu 1,6% entre os anos de 2010 e 2015.
Salários
A diferença entre os salários pagos para homens e mulheres continua grande, segundo o levantamento feito pelo IBGE. Em 2015, elas ganhavam o equivalente a 81% dos salários dos homens, em média (R$ 2.191,59 contra R$ 2.708,22 ). Em relação a 2014, ano de início da recessão, a população assalariada em geral sofreu uma redução salarial média de 3,2%. A queda, contudo, foi menor entre as mulheres (-2,3%) do que entre os homens (-3,5%) empregados no setor formal.
Jornada de trabalho
A diferença de carga de trabalho total entre homens e mulheres aumentou nos últimos anos. Enquanto em 2005 elas trabalhavam 6,9 horas a mais por semana do que os homens, em 2015 a diferença cresceu para 7,5 horas, segundo o IBGE .
Nesse período de dez anos, o tempo gasto por homens com atividades profissionais diminuiu quase 3 horas, e sua dedicação às tarefas domésticas continuou ocupando 10 horas da semana, em média. O tempo gasto pelas mulheres com afazeres em casa diminuiu de 26,9 horas para 24,4 horas, um movimento que pode ser explicado pelo maior acesso a eletrodomésticos. (Folhapress)