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Esporte “Empresas têm que deixar de patrocinar clubes de futebol corruptos”, diz o ex-jogador Raí

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O ex-jogador Raí. (Foto: Folhapress)

O “terror do Morumbi” não joga mais futebol nem por brincadeira — o joelho, “destruído”, o impede. É na política que Raí Oliveira encontra cada vez mais seu meio de campo.

Na presidência da Atletas pelo Brasil, entidade que ajudou a fundar, reuniu 24 grandes patrocinadores privados em torno de um pacto: destinar dinheiro apenas a entidades esportivas que sigam as regras de gestão da Lei Pelé.

O grupo agora se prepara para lançar um rating para nortear a decisão de patrocinadores.

Por que o caminho do dinheiro para elevar a transparência no esporte?

Raí – A lógica veio do artigo 18A da Lei Pelé, que dá mais transparência à destinação do recurso público. As empresas privadas nos procuraram para saber como agir no mesmo sentido.

Quando há destinação de recurso tem que haver contrapartida, e isso no esporte nunca existiu. Há pouquíssima transparência. Há até empresas privadas que nos disseram ‘nossa contrapartida é a imagem; o que eles vão fazer com o dinheiro não nos interessa’.

Mesmo depois da Lei? Anticorrupção?

Duas disseram isso explicitamente.

O que se exige das empresas no pacto?

Patrocinar apenas a instituição esportiva que aplique limitação de mandato, transparência de gestão, participação dos atletas. Se a instituição não adotar esses princípios, a empresa se compromete a parar de patrocinar. Claro que há empresas em que o esporte é o coração do negócio. Para essas é sempre mais delicado.

Fornecedoras de material esportivo?

Sim, e as de cerveja, como Ambev e concorrentes, em que o esporte é meio vital de comunicação no negócio.

A resistência é maior?

Todas têm acordo de princípios, mas receio maior de se comprometer. Existe a questão “Se eu assinar e não acontecer, vou ter que cumprir, e minha concorrente sai ganhando”. É um receio que a gente entende, mas em alguns setores já trouxemos concorrentes.

Por que nenhuma fornecedora de material esportivo aderiu até agora?

Tentamos individualmente e elas sugeriram que procurássemos a associação do setor. Eles têm que entrar, ou ao menos dizer publicamente por que não aderiram. Como é o coração do negócio deles, sempre é mais delicado.

E as emissoras de TV?

O pacto é dos patrocinadores. A TV compra o direito de transmitir, não o produto.

Já conversamos com a emissora negocia compra dos direitos de transmissão da seleção brasileira, e vamos continuar conversando.

Empresas signatárias do pacto podem não patrocinar a CBF, mas continuar anunciando na TV, nos intervalos de eventos da entidade?

Quanto mais avançarmos, mais difíceis serão as conquistas e mais coragem será preciso para avançar. Mas, se as empresas se comprometerem a investir mais em quem é mais transparente e deixar de investir em quem for corrupto, já vai ser um grande passo.

Quatro grandes bancos assinaram, mas não a Caixa, uma das principais patrocinadoras.

Procuramos a Caixa algumas vezes. No último encontro, quase se comprometeram a assinar. E aí deram uma sumida. Não sei se trocaram as pessoas de novo, mas já deu para ver que ninguém quis bancar ainda.

Não só pelo futebol, mas pelo investimento em outros esportes, a Caixa é com certeza um dos maiores, se não o maior investidor em esporte do país. Até por ser um banco público, tem que estar no pacto.

Como incluir empresas que estão sendo investigadas, como a própria Caixa e a Itaipava no pacto?

É delicado. Em princípio os que estão sendo investigados se mostram querendo contribuir, propondo novo comportamento.

Há empresas que assinam o pacto, mas patrocinam entidades com problemas. Gol, Itaú, Mastercard e Vivo deixariam a CBF ao saber, por exemplo, que seu presidente foi indiciado na Justiça americana por recebimento de propina em contrato da própria entidade?

As quatro assinaram de maneira bem corajosa. No momento do lançamento foi estabelecido um tempo de dois anos em que seriam respeitados os contratos vigentes, o que vence em outubro. A Gol já exigiu que a CBF cumpra as exigências do pacto. Foi uma atitude de coragem, que tende a mudar essa situação.

Mas num caso específico como esse…

O pacto não é retroativo. A partir da renovação do contrato, se ela não se adaptar às novas condições, aí, sim, a empresa signatária tem que deixar de apoiar.

Os dois anos vencem quando?

Em outubro. Mas, como houve novas adesões e o rating está sendo lançado, há a discussão de adiar um pouco.

Isso não pode desmoralizar o compromisso?

Há um risco. É uma iniciativa pioneira no mundo, sabemos que é um projeto de risco, que envolve coragem, e estamos contando com que os signatários mantenham firmes seus compromissos. (Folhapress)

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