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Geral “Engravidei três vezes e ele me obrigou a abortar”, diz uma vítima de abuso por um padre

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Sacerdotes de todo o mundo participam de cúpula inédita convocada pelo papa. (Foto: Reprodução)

Logo na abertura do encontro intitulado “A proteção de menores na Igreja”, na quinta-feira (21), convocado pelo papa Francisco para tratar dos crimes de abuso sexual e pedofilia dentro da instituição, 190 representantes do alto clero de todo o mundo assistiram a um vídeo que compilou cinco depoimentos de sobreviventes de abusos cometidos por sacerdotes.

O alto clero deve ouvir outras vítimas ao longo dos próximos dias do encontro, considerado um marco na história recente da Igreja e que segue até este domingo, dia 24, na Cidade do Vaticano. Segundo o especialista em Mídia e Religião, Rafael Medeiros, todos os dias os sacerdotes serão confrontados com relatos de sobreviventes em, por exemplo, grupos de trabalho.

Em seu pronunciamento, o papa prometeu ações concretas para combater a pedofilia na Igreja .
As vítimas apresentadas no vídeo na manhã de abertura não tiveram os nomes revelados. Até mesmo um padre, de 53 anos, fez seu relato sobre ter sido abusado por um sacerdote na juventude e ter visto seu caso ser acobertado por superiores hierárquicos.

Leia abaixo, trechos de alguns dos depoimentos:

Africana abusada e obrigada a abortar. Entre lágrimas, uma mulher contou sua história no vídeo apresentado aos cardeais, bispos e sacerdotes reunidos no Vaticano: “A partir dos 15 anos, tive relações sexuais com um padre. Isso durou 13 anos. Fiquei grávida três vezes, e ele me fez abortar três vezes, simplesmente porque não queria usar preservativos ou métodos contraceptivos. No início, eu confiei tanto nele que não pensei que pudesse abusar de mim. Eu tinha medo dele e toda vez que me recusava a ter relações sexuais, ele me batia. Como eu era completamente dependente dele economicamente, sofri todas as humilhações que me infligia. Tínhamos essas relações tanto em casa quanto no povoado e também no centro de acolhimento diocesano. Nessa relação eu não tinha o direito de ter namorado. Toda vez que eu tinha um, e ele vinha a saber, me batia. Era a condição para que me ajudasse economicamente… Ele me dava tudo o que eu queria, quando eu aceitava ter relações sexuais, caso contrário, me batia. Sinto que minha vida foi destruída. Sofri tantas humilhações nessa relação que não sei o que o futuro reserva para mim. Isso me tornou uma pessoa muito prudente em meus relacionamentos agora. Não se pode abusar de uma pessoa dessa maneira. É preciso dizer que os sacerdotes e religiosos têm maneiras de ajudar e ao mesmo tempo também de destruir. Eles devem se comportar como responsáveis, como pessoas prudentes.”

Chileno tratado como mentiroso. Um jovem do Chile — onde o papa aceitou a renúncia de sacerdotes e demitiu outros por acobertarem de forma coletiva casos de pedofilia — disse que foi desacreditado ao tentar denunciar o abuso de que era vítima: “Para um católico, a coisa mais difícil é conseguir falar de abuso sexual, mas, uma vez que você toma coragem e começa a contar, a primeira coisa que pensa, falo ao menos por mim, é: ‘Vou contar tudo para a Igreja, onde me ouvirão e me respeitarão’. Mas a primeira coisa que fizeram foi me tratar como um mentiroso, virar as costas para mim e dizer que eu e outros, éramos inimigos da Igreja”.

Asiático molestado mais de cem vezes. Sem a identidade revelada, um jovem da Ásia, segundo o “New York Times”, contou sobre ter denunciado abusos, relatos seguidamente acobertados por bispos: “Fui molestado sexualmente por muito tempo, e mais de cem vezes, e esses abusos sexuais me causaram traumas e flashbacks por toda a vida. É difícil viver, é difícil estar com as pessoas, se relacionar com as pessoas. Eu tive esse comportamento também em relação à minha família, meus amigos e até mesmo Deus. Toda vez que falei com os superiores (da Igreja), eles encobriam regularmente o problema, acobertavam os abusadores. Isso à vezes acaba comigo. Conduzi esta batalha por muito tempo, mas a maior parte dos superiores não é capaz de deter os abusadores, por causa da amizade entre eles”.

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