Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2018
O hino da Argentina tocava e o jogador Lionel Messi olhava para o chão, com a vista perdida, como se alguma coisa não estivesse bem. Ele passou a mão pelos cabelos, fechou os olhos e assim começou a partida, na qual foi apenas uma sombra do craque que atua no Barcelona (Espanha), e a Croácia venceu o jogo por 3 a 0, deixando os argentinos à beira da eliminação do Mundial de Seleções que é disputado na Rússia.
No primeiro tempo, Messi tocou na bola menos que o goleiro Willy Caballero. Na etapa complementar, a sua criatividade foi quase nula: um par de conduções pelo centro, um passe em profundidade e um arremate desviado pela zaga. Nada além em meio a uma Argentina impotente que caía diante da Croácia na segunda rodada do Grupo D.
Com esse resultado, a Croácia saiu de campo classificada e os argentinos precisando derrotar a Nigéria e aguardar os outros resultados paralelos: a partida entre nigerianos e islandeses, nesta sexta-feira, e o duelo entre Croácia e Islândia, na última rodada desta primeira fase.
O técnico Jorge Sampaoli modificou completamente o esquema tático da Argentina para aproveitar ao máximo o talento de Messi, como antecipou na entrevista coletiva da véspera, mas o resultado foi catastrófico.
Com a atenção toda voltada para Messi, a linguagem corporal do craque falava por si só: desânimo no olhar, falta de reação, ausência de vontade e resignação com um jogo improdutivo.
Na primeira etapa, a TV falou no nome de Messi pela primeira vez aos 11 minutos, após falhar em receber um lançamento que o deixaria na cara do gol croata, e nada mais.
Willy Caballero fez 12 passes nos primeiros 45 minutos e Messi, onze. O goleiro tocou na bola 20 vezes e Messi, 11. Estatísticas que valem mais que mil palavras.
Diego Maradona sofria na arquibancada, por ele, por milhões de argentinos e pelo próprio Messi, uma sombra do craque que atua no Barcelona.
Caminhando
No segundo tempo, Caballero errou feio e Ante Rebic abriu o placar. Messi mostrou então uma chama de revolta e passou a distribuir o jogo entre seus companheiros, mas logo virou fumaça. A fagulha de inspiração apenas serviu para que Sampaoli retardasse a substituição de seus meias por atacantes.
A partir deste momento, Messi se apagou por completo, desapareceu de forma definitiva, e os croatas continuaram anotando para chegar aos 3 a 0.
A Argentina está com um pé fora da Rússia e Messi foi apenas um espectro do craque que é: perdeu o pênalti que poderia ter garantido a vitória contra a Islândia e não assumiu o protagonismo contra os croatas.
A Argentina e Messi ainda têm uma bala no tambor, agora contra um adversário conhecido, a Nigéria, que os argentinos já derrotaram nos Mundiais dos Estados Unidos (1994), Japão/Coreia do Sul (2002), África do Sul (2010) e Brasil (2014).