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Brasil Enquanto o mundo está usando cada vez menos energia para produzir bens e serviços, o Brasil está ampliando o consumo para gerar o mesmo crescimento econômico

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O crescimento da intensidade energética no Brasil pode estar relacionado à falta de planejamento. (Foto: Alan White / Fotos Publicas)

Dados da AIE (Agência Internacional de Energia) mostram que a chamada intensidade energética — medida pela energia usada para produzir um dólar de PIB — caiu, em 2016, 1,8% em termos globais. No Brasil, onde vem crescendo ao menos desde 2013, esse indicador subiu cerca de 2% no ano passado.

Não há consenso sobre as razões que explicam por que o País está na contramão. Especialistas apontam desde a recessão até falhas de planejamento e falta de uma política de eficiência energética consistente, que englobe de modernização de infraestrutura a programas para redução de desperdício.

Os números da AIE, que constam do relatório “Energy Efficiency 2017”, levam em conta a energia primária, ou seja, não apenas a geração de eletricidade, mas também a lenha ainda usada em lares brasileiros e o combustível de carros e caminhões, por exemplo. No momento em que o Brasil discute o aumento na conta de luz, devido ao maior uso de termelétricas, e que os holofotes globais estão voltados para a COP-23, conferência do clima que acontece em Bonn, Alemanha, até 17 de novembro, pesquisadores da área de energia afirmam ser fundamental levantar a discussão sobre o uso racional dos recursos energéticos.

Na China, a intensidade energética caiu 5,2% em 2016. Nos EUA, a queda foi de 2,9% e, na UE (União Europeia), de 1,3%. Segundo os dados da AIE, ao crescer consumindo proporcionalmente menos energia, esses países se tornaram também mais produtivos. Nos cálculos da agência, o bônus de produtividade decorrentes da maior eficiência energética em 2016 foi de 1,1 trilhão de dólares na China, 532 bilhões de dólares nos EUA e 260 bilhões de dólares na UE. No mundo, foram 2 trilhões de dólares. O Brasil sequer aparece nessa lista.

Para Gilberto Jannuzzi, pesquisador da Unicamp, a maior parte dos países que está conseguindo reduzir sua intensidade energética são aqueles que vêm adotando medidas mais rígidas para cumprir metas de redução de emissões de carbono. Ele atribui a perda de eficiência no Brasil a diversos fatores.

“Entre as causas estruturais, estão o uso de tecnologias obsoletas, a falta de uma política de eficiência energética que leve a uma frequente renovação de equipamentos ineficientes (como ar-condicionado), além dos escassos investimentos em modernização de rodovias e mobilidade urbana, que levam os carros a consumirem mais combustível em congestionamentos”, afirma Jannuzzi.

Entre os fatores conjunturais, acrescenta o pesquisador, está a recessão, que torna ineficiente a produção, especialmente na indústria. Um alto-forno não pode ser desligado mesmo que a produção de aço caia, pois, quando a economia melhorar, ele precisará estar a todo vapor. Além disso, a recessão empurra para informalidade negócios que deixam de ser contabilizados no PIB, mas mantêm a pressão sobre o consumo de energia.

Para José Goldemberg, um dos maiores especialistas em energia do País e atual presidente da Fapesp, o crescimento da intensidade energética no Brasil está relacionado à falta de planejamento, que levou ao aumento do uso de termelétricas em anos secos. Segundo ele, o País vinha reduzindo o uso de energia na produção de bens e serviços desde a década de 1970, mas viu essa curva se inverter recentemente.

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