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Brasil Entenda como está a situação da Previdência brasileira

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Envelhecimento da população e baixo índice de natalidade serão um problema para a Previdência Social, que não terá como bancar o pagamento de aposentadoria às novas gerações. (Foto: Marlene Bergamo/Folha Imagem)

Déficit crescente é uma ameaça para a aposentadoria das novas gerações

O avanço da renda brasileira nas últimas décadas é considerado tímido. Segundo dados do Banco Mundial, o rendimento per capita do País mais do que dobrou, passando de 4,66 mil dólares, em 1970, para 11,2 mil dólares, em 2015. Mas no mesmo período, a renda coreana avançou 12 vezes, de 1,96 mil dólares para 25 mil dólares.

A Coreia do Sul aproveitou a expansão de sua força de trabalho para aumentar seu potencial de crescimento. Embora o bônus demográfico não seja o único fator capaz de impulsionar a economia, sua contribuição é fundamental. “O bônus aumenta o contingente de pessoas disponíveis para o mercado de trabalho. Mas, se elas não forem bem treinadas, sua contribuição para uma maior produtividade será baixa”, diz o economista da Fundação Getulio Vargas, Fernando Barbosa Filho.

O Brasil tem deixado a desejar em reformas como a adoção de uma idade mínima para a aposentadoria. Especialistas indicam que o déficit crescente da Previdência é uma ameaça para a aposentadoria das novas gerações do País.

Envelhecimento da população brasileira e o baixo índice de natalidade serão um problema

O Brasil se tornará um País envelhecido e pobre nas próximas décadas se não avançar em políticas para reformar o regime de aposentadorias. O tempo que se tem para fazer isso é curto, porque o grupo de pessoas em idade de trabalhar cresce a um ritmo mais rápido do que o número de crianças.

Conhecida como bônus demográfico, essa fase começou na década de 1970 e terminará antes de 2030. Pessoas nascidas na explosão populacional dos anos 1950 e 1960 estão no mercado de trabalho.

O primeiro efeito positivo foi ter mais gente capaz de gerar renda para dar assistência a crianças e idosos. De 1980 a 2010, a população de 15 a 59 anos saltou de 56% para 65% no Brasil. Mas o País não aproveitou essa fase criando condições para equilibrar as despesas com a Previdência.

Os brasileiros estão se casando com mais de 30 anos e tendo, em média, 1,8 filho. Haverá menos contribuintes e será um problema para a Previdência Social.

Aposentadoria aos 65 anos exigirá mudanças para o trabalhador e para as empresas

O governo federal já anunciou que até o final do mês apresentará uma proposta de reforma da Previdência que deve estipular em 65 anos a idade mínima das aposentadorias para homens e mulheres.
Os segurados acima de 50 anos passarão por uma regra de transição de 15 anos. Já aqueles com 45 anos ou mais cumprirão essa passagem ao longo de 20 anos. Idades acima disso vão entrar nas novas regras sem um tempo de adaptação, sob o argumento de que os brasileiros estão vivendo mais.

A dúvida é se o mercado de trabalho irá conseguir empregar esses segurados que terão que trabalhar até os 65 anos. Em 2015, a média de idade das pessoas que se aposentaram por tempo de contribuição foi de 54,7 anos de idade.

Claudinor Barbiero, professor de Direito Previdenciário, acredita que um dos pontos fundamentais é haver programas de reciclagem para os segurados na faixa de 65 anos de idade. “Deveriam criar uma reserva de mercado, como uma cota, para os trabalhadores que estão perto da idade mínima. Seria uma opção”, exemplificou o especialista.

Reforma  também precisa abrir oportunidades

O pesquisador do Centro de Pesquisas para a Aposentadoria do Boston College, Matthew Rutledge, defende a necessidade de políticas para garantir que os profissionais mais velhos tenham postos de trabalho no futuro. Ele afirma que, se um país aumenta a idade de aposentadoria, deve dar oportunidades extras aos seus trabalhadores. “É preciso garantir que se os trabalhadores podem trabalhar mais, também haverá alguém disposto a contratá-los”, aponta.

Os Estados Unidos, exemplifica ele, vão levar 44 anos, até 2027, na transição da idade de aposentadoria mínima de 66 para 67 anos. O país também permite uma aposentadoria precoce, aos 62 anos, mas neste caso há uma série de restrições para quem opta por sair da ativa mais cedo.

“Reformas de Previdência são daquelas medidas que os políticos gostam, mas os eleitores nem tanto. Mas medidas duras às vezes são necessárias de um jeito ou de outro. Ou se aumenta os impostos ou se corta os benefícios”, destaca.

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