Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2019
No domingo (09), o site The Intercept Brasil fez uma série de três reportagens com o conteúdo de conversas entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol sobre a Operação Lava-Jato. As mensagens foram vazadas do aplicativo Telegram.
O conteúdo utilizado pelas reportagens seria só uma parte das informações enviadas para o site por uma pessoa de fora e envolve um chat particular e três grupos, com todos tendo em comum a presença de Dallagnol – possível dono da conta por onde as mensagens foram vazadas.
O Telegram não criptografa conversas de ponta a ponta por padrão, apenas nos chamados chats secretos, onde os arquivos ficam salvos somente no dispositivo usado e, uma vez apagados por uma das partes, a outra não tem mais acesso.
Isso acontece porque o serviço tem como premissa a independência do celular, ou seja, mesmo longe do aparelho é possível ficar conectado ao Telegram no desktop e ter acesso às conversas antigas. Além disso, para fazer login é necessário apenas um código enviado por SMS.
A teoria mais lógica para o acesso às informações vazadas, até agora, é a de que alguém roubou a linha de celular de Dallagnol, conseguiu o código verificador e teve acesso a todas as conversas gravadas na nuvem – o The Intercept tem arquivos de mensagens trocadas entre 2015 e 2017.
Provavelmente, quem vazou as mensagens precisou apenas fazer um acesso à conta do procurador, baixar os arquivos e enviá-los para o site. Isso foi feito há um tempo e não tem ligação com a recente invasão ao celular de Moro.
Questionado em sua conta no Twitter se soube do vazamento no Brasil, o Telegram defendeu a tese de que o caso, possivelmente, é fruto do uso de malware ou do roubo do código de verificação.
“Provavelmente, um dispositivo foi hackeado por meio de um malware ou uma conta que não usa senha teve o código de login sequestrado”, escreveu a companhia. “Nós recomendamos o uso de senhas com verificação em duas etapas para qualquer um que suspeite de sua operadora ou do governo”, complementou.
Existem formas de evitar o roubo de dados, e a mais segura delas é o uso do chat secreto – apenas um dos participantes da conversa poderia vazar informações neste caso.
Além disso, o aplicativo, assim como o WhatsApp, permite o acionamento da verificação em duas etapas, exigindo uma senha adicional além do código enviado por SMS para acessar a conta. As informações são do TecMundo.