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Brasil Entenda o caso do triplex que levou à condenação de Lula

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O triplex possui 297 m², sendo 215 m² de área privativa e 82 m² de área comum que inclui duas vagas na garagem. (Foto: Reprodução)

O caso do triplex do Guarujá, no Litoral de São Paulo, que levou à condenação do ex-presidente Lula, começou em 2003, quando Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) lançou um condomínio de alto padrão no Guarujá. Em 2005, a ex-primeira-dama Marisa Letícia adquiriu uma cota referente a um dos apartamentos do edifício Mar Cantrábico, depois rebatizado de Solaris, no valor de R$ 195 mil. A investigação sobre a transferência de empreendimentos da Bancoop para a OAS, entre eles o edifício no Guarujá, só começou em 2015. Dois anos depois, Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, na primeira instância do Judiciário.

Cronologia

2003: A Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) lançou um condomínio de alto padrão no Guarujá.

2005: Marisa Letícia adquiriu uma cota referente ao apartamento 141 do edifício Mar Cantábrico, com o valor total de R$ 195 mil.

2006: Na campanha de reeleição à Presidência, Lula citou como propriedade a cota do apartamento 141 no Edifício Mar Cantábrico, no valor de R$ 47 mil, montante pago até então.

2009: Em dificuldades financeiras e sem poder tocar a construção do edifício, a Bancoop transferiu o empreendimento para a OAS. Os proprietários têm duas opções: ressarcimento dos valores pagos à Bancoop ou permanecer com o imóvel com um novo valor. Marisa Letícia suspendeu os pagamentos, não decidiu sobre as opções e perdeu direito ao apartamento 141.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), quando a OAS assumiu o empreendimento, reservou para Lula o duplex 174. Depois de ser transformada em triplex, a unidade ganhou nova numeração: 164.

2010: Em março, uma reportagem do jornal O Globo revelou que Lula e Marisa Letícia são donos de uma cobertura do Edifício Solaris, mas ainda não tinham recebido o imóvel.

2014: A OAS reformou o apartamento 164-A e entregou o prédio.

A empreiteira investiu no imóvel, avaliado em R$ 1,4 milhão, outros R$ 1,1 milhão em obras (R$ 700 mil), mobília (R$ 320 mil) e eletrodomésticos (R$ 19 mil). Lula visitou o imóvel com Léo Pinheiro, então presidente da OAS. Em reportagem do Globo, moradores afirmam que Marisa recebeu as chaves do apartamento em junho, na entrega do prédio. Em novembro, Léo Pinheiro foi preso pela Lava-Jato.

Uma troca de mensagens entre ele e Paulo Gordilho, executivo da OAS, indicariam que a reforma no Guarujá era feita por interesse de Marisa Letícia.

2015: Cinco anos após a opção dada pela OAS, o Instituto Lula anunciou que a família desistiu da compra do imóvel no Edifício Solaris e pediu o ressarcimento à empreiteira.

O valor foi cobrado da Bancoop e da OAS por Marisa Letícia por meio de ação judicial. O Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação sobre a transferência de empreendimentos da Bancoop para a OAS, entre eles o edifício no Guarujá.

2016 – março: No dia 4, Lula foi alvo de condução coercitiva pela Operação Lava-Jato. O MPF afirmou que havia evidências de que Lula e sua família eram os reais beneficiários da propriedade e reforma do apartamento 164-A. A PF apreendeu no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, caixas do acervo presidencial de Lula. Em uma delas, havia a indicação “Praia” que, de acordo com os investigadores, evidencia o interesse do ex-presidente em enviar parte dos bens para o tríplex.

2016 – agosto: A Polícia Federal (PF) indiciou Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao tríplex. Em perícia realizada pela PF neste ano, os investigadores destacaram a rasura feita na proposta de adesão do apartamento no momento da compra da cota por Marisa, em 2005. A numeração do imóvel, 141, estava rasurada e tinha 174 como numeração anterior. Para o MPF, era sinal de que a cobertura já era almejada pelo casal.

2016 – setembro: O MPF apresentou denúncia na qual afirmou: as melhorias do apartamento foram pagas pela OAS como vantagens indevidas a Lula. E pediu que o ex-presidente fosse condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

2017 – julho: Em 12 de julho, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR), condenou Lula a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. O juiz entendeu que o apartamento foi propina da OAS ao ex-presidente, que ocultou sua propriedade.

2017 – outubro: Os advogados do ex-presidente entraram com pedido de absolvição do petista. Entre as razões apresentadas, a defesa alegou que Moro “reconheceu que não há valores provenientes de contratos firmados pela Petrobras que tenham sido utilizados para pagamento de qualquer vantagem a Lula”.

2018 – janeiro: No dia 24, o TRF-4 julgará o recurso de Lula contra a decisão de Moro. Em caso de condenação, o ex-presidente fica inelegível devido à Lei da Ficha Limpa.

 

 

 

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https://www.osul.com.br/entenda-o-caso-do-triplex-que-levou-condenacao-de-lula/ Entenda o caso do triplex que levou à condenação de Lula 2018-01-21
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