Armando Burd Entre tímidos e ousados
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2017
Assessores do Palácio do Planalto se dividem em dois grupos. O primeiro concorda com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que pede paciência, acreditando na aprovação da reforma da Previdência Social em três semanas. O segundo grupo tenta convencer o presidente Michel Temer a recuar. Alegam que, faltando um ano e sete meses para terminar o mandato, não vale a pena se expor ao desgaste junto à parcela considerável da opinião pública. Dizem ainda que será melhor deixar a bomba estourar no colo do sucessor.
Fogo na trincheira
A diferença entre duas delações: Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirma ter sido orientado por Lula para destruir provas que pudessem incriminá-lo na Operação Lava Jato. Deverá ser desmentido pelo acusado. A outra: Antonio Palocci admite que tem muito para contar sobre os escândalos. Como ex-ministro e membro da absoluta confiança do PT, ninguém dirá que mente.
Novo capítulo
Irá direto para o Livro Mundial dos Recordes: 15 medidas provisórias, projetos de lei e resoluções do Congresso Nacional deverão ser anuladas. Delações de executivos da Odebrecht revelaram que houve influência na aprovação e na edição, mediante pagamento de propinas e caixa 2 em campanhas eleitorais entre 2005 e 2015.
Núcleo da questão
Passamos por um momento que entrará nos livros de História. A esperança é que o próximo capítulo seja bem melhor, baseado na seriedade, na honestidade, na responsabilidade.
Inaceitável
Invasões de prédios públicos, bloqueios de ruas e estradas são comportamentos cada vez mais frequentes de minorias, que põem seus interesses acima dos demais. A liberdade de manifestação existe, mas limites devem ser respeitados. A tolerância deixa claro que as autoridades têm medo, aceitando o tumulto como forma de reivindicar.
Comparação
Quando um veículo consome muito combustível, espera-se ao menos que seu desempenho seja significativo. Isso não ocorre com a prestação de serviços públicos na saúde, na segurança e na educação.
Não dá para ficar conformado
O mau desempenho do ensino público está evidenciado nos resultados de avaliações constantes. O governo e a sociedade devem assumir uma reação vigorosa com a adoção e busca de metas realizáveis. Caso contrário, mais uma geração estará condenada ao analfabetismo funcional. A expressão se refere a alunos maiores de 15 anos que frequentaram escolas, conhecem letras e sabem ler frases, mas não desenvolveram a capacidade de interpretação de textos.
À flor da pele
A maior dificuldade do PDT será conter o tom beligerante de Ciro Gomes, candidato à Presidência da República. Costumeiramente, paga qualquer preço para entrar numa briga. Pedetistas gaúchos defendem o político cearense, dizendo que “ele só é nervoso quando precisa ser”. Quer dizer sempre.
Rápidas
- O governo do Estado tem sido pouco firme na defesa das mudanças que pretende fazer. A dificuldade para obter maioria na Assembleia Legislativa é um exemplo.
- Muito dinheiro fica no meio do caminho. Falta transparência sobre a destinação das contribuições sociais de empregados e empregadores.
- Deputados governistas e da oposição têm algo em comum porque usam a mesma frase quando são provocados na Assembleia: “Não vão me parar com pontapés.”
- Vem aí a fase dos governos com cofres fechados. Uma vez abertos, nada será encontrado.
