Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2017
O escritor Kazuo Ishiguro, de 62 anos, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura deste ano. A escolha foi anunciada nesta quinta-feira (05) em um evento em Estocolmo, na Suécia. Considerado um dos mais importantes autores vivos da língua inglesa, ele vai receber 9 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3,5 milhões).
Nascido em Nagasaki, no Japão, em 1954, Kazuo Ishiguro mudou-se para a Inglaterra aos 5 anos de idade, onde vive até hoje. Autor de oito livros (sete romances e um volume de contos), ele escreve em inglês. Ambos foram editados no Brasil pela Companhia das Letras, que também publicou “Quando éramos órfãos” (2000) e “O gigante enterrado” (2015), além da seleção de contos de “Noturnos: Histórias de música e anoitecer” (2009).
Ao fazer o anúncio do prêmio a Ishiguro, a secretária-geral da Academia Sueca, Sara Danius, destacou que o autor retrata em seus livros temas como “memória, passagem do tempo e autoilusão”. São de Ishiguro “Os vestígios do dia” (1989), que ganhou o Man Booker Prize, e a ficção científica “Não me abandone jamais” (2005), ambos adaptados ao cinema.
Danius descreveu que o estilo de Ishiguro junta Jane Austen e Franz Kafka, com “um pouco de Marcel Proust na mistura”. A Academia também lembrou que o filme “Vestígios do dia” (1993) foi estrelado pelo ator Anthony Hopkins. Ishiguro assina ainda o roteiro do filme “A condessa branca” (2005), estrelado por Ralph Fiennes e Natasha Richardson.
Nascido no Japão e radicado na Inglaterra desde criança, Kasuo Ishiguro só voltou ao seu país de origem quando já era adulto. No final dos anos 1970, graduou-se em Inglês e Filosofia na Universidade de Kenty. Mais tarde, cursou escrita criativa na Universidade de East Anglia. Seu primeiro livro é “A pale view of hills” (1982), que foi editado no Brasil pela Rocco com o título “Uma pálida visão dos montes”.
Tanto o romance de estreia quanto a obra seguinte, “An artist or the floating world” (1986), se passam em Nagasaki poucos anos depois da Segunda Guerra Mundial. Os livros de Ishiguro foram traduzidos em 28 línguas. Em 1995, ele recebeu a Ordem do Império Britânico por seus serviços prestados à literatura. O escritor mora em Londres com a mulher e a filha.