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Polícia Escutas mostram que policiais militares do Rio faziam venda de armas a traficantes com pagamento parcelado

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Nos grampos, um traficante negocia com um intermediário a compra de um fuzil. (Foto: Reprodução)

Escutas telefônicas gravadas na Operação Calabar mostram policiais militares negociando armas com traficantes e até aceitando pagamentos parcelados. Nessa sexta-feira,  cerca de 80 policiais e 22 traficantes haviam sido presos na maior operação de combate à corrupção de policias da história do Rio de Janeiro.

No total, a ação cumpriu 184 mandados de prisão, 96 deles contra policiais acusados de integrar esquema criminoso na região de São Gonçalo. Armas, drogas e dinheiro foram apreendidos com a quadrilha.

Várias gravações de conversas foram usadas pelos investigadores para concluir a denúncia. Em uma das escutas, um PM negocia diretamente a venda de pistolas 9mm com um traficante.

Traficante

“E aquela nove lá que você falou em 2 x?”

PM

“Tá interessado?”

Traficante

“Tô interessado, 6 em 2 vezes que tu falou”.

PM

“Faço, pra você eu faço, pô”.

Em outra gravação, um traficante reclama com um dos PMs envolvidos no esquema por não ter sido avisado sobre uma operação contra o tráfico na região. “O mano falou que não tem como seguir assim, muita polícia, agarrou no miolo, aí perdemos um dinheiro para soltar, aí soltaram um miolo, aí ficaram com um monte de parada, pô, o bagulho nem parece ser papo de homem, na moral”, diz o bandido.

Nos grampos, um traficante negocia com um intermediário a compra de um fuzil .556, que seria vendido por um PM. A arma custaria R$ 45 mil.

Traficante

 “Pô, nós tem que comprar calibre grosso, cara”.

Intermediário

“Pode aguardar pra comprar, só que é mais caro, é quarenta e cinco”.

Traficante

“Se a gente chegar com 40 na mão, ele não vende pra gente”.

Intermediário

“40 tem que ser com o dinheiro dele já incluído”.

Os PMs envolvidos no esquema arrecadavam R$ 1 milhão por mês com a venda de armas e de proteção para o tráfico. Durante a operação, foram apreendidos os seguintes itens: 11 pistolas, 3 simulacros de arma, 29 carregadores, 2 espingardas, 712 munições, 29 carregadores, 60 celulares, 119 frascos de pó branco, 2 facas, R$ 10 mil reais, 19 agendas, além de anotações do tráfico, 8 relógios e joias, 33 radinhos, 3 placas frias de carro, 3 computadores, 2 facas.

Deslocados

 A operação  esvaziou o 7º Batalhão (São Gonçalo), já que os presos eram lotados ou tinham alguma ligação com os PMs de lá. Por isso, 40 PMs que estavam trabalhando em UPPs foram chamados para substituir os que estão na cadeia. Outros 26 vão entrar no 12º Batalhão (Niterói), pois parte dos PMs presos tinha sido transferida para lá durante as investigações.

De acordo com a polícia, o batalhão da propina adaptou as regras do quartel para o crime. Na escala de patentes da corrupção, cargos e funções eram bem definidos. Um cobrava a propina e o outro recolhia. Já o chefe do grupo dividia o dinheiro.

“Sempre um chefe de setor pegava a grana e tinha a responsabilidade de dividir de acordo com a decisão dele com a importância de cada pessoa ali naquele setor”, afirmou o delegado Fábio Barucke.

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