Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2016
O esquema do grupo ligado ao ex-governador Sérgio Cabral lavou dinheiro comprando bens que incluíram vestidos de festa, joias, uma lancha avaliada em R$ 5 milhões e até cachorros-quentes de uma festa de aniversário do filho do político. Cabral foi preso na manhã desta quinta-feira (17), na Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.
O ex-governador é suspeito de desvios em obras do governo estadual feitas com recursos federais. Ele é acusado de receber propina de empreiteiras, como Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.
A informação dos bens comprados para lavagem de dinheiro foi dada durante uma coletiva de imprensa com a presença de procuradores e policiais federais, além de agentes da Receita Federal. Segundo os procuradores, a lavagem de dinheiro fica caracterizada pelos bens apreendidos: compra de móveis de escritório, seis vestidos de festa da ex-primeira dama Adriana Ancelmo, equipamentos e máquinas agrícolas, blindagem de carros e parcelas de compras de carros. Tudo foi pago em dinheiro vivo. Cerca de R$ 950 mil foram gastos desta forma.
A investigação também aponta transferências de Luiz Carlos Bezerra, um dos presos na operação, que foram feitas para a família de Cabral. Elas foram usadas para pagar faturas do cartão de créditos da mãe de Cabral, Magaly Cabral, e para o cachorro-quente na festa do filho de Cabral – uma compra no valor de R$ 1.070. Outra transferência, no valor de 10 mil dólares, também foi contabilizada para Magaly. A polícia encontrou ainda a transferência de 10 mil euros para Susana Neves Cabral, ex-mulher de Cabral, e de R$ 30 mil para Adriana Ancelmo.
Lancha apreendida
A lancha Manhatan Rio estava guardada na marina do condomínio Portobello, em Mangaratiba, no Rio, onde Cabral tem casa. A lancha está registrada no nome de MPG Participações, empresa do investigado Paulo Fernando Magalhães, mas pertenceria, de fato, a Sérgio Cabral. Em Mangaratiba também foi apreendida uma motoaquática e obras de arte. Segundo as investigações, Paulo Fernando seria um “laranja” de Cabral.
A investigação também menciona um helicóptero, também no nome de MPG Participações, que pertenceria ao ex-governador do Rio, mas não ficou claro se ele foi apreendido. Os procuradores também falaram que Cabral e os assessores tinham várias contas bancárias abertas com valores menor que R $ 10 mil, pra fugir da fiscalização. (AG)