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Mundo Estado Islâmico tem voluntários de 80 nacionalidades e está pronto para sustentar até dois anos de guerra

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Secretário norte-americano de Segurança Interna, Jeh Johnson fala sobre o uso da internet feito pelo EI. (Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP)

O EI (Estado Islâmico) está equipado para sustentar até dois anos de luta nos territórios que disputa, desde o Iraque até a Síria. Em março, o contingente chegou perto de 15 mil militantes, homens e mulheres, muitos voluntários, de 80 nacionalidades e etnias. No total, o quadro seria muito maior, cerca de 52 mil, distribuídos por Líbia, Líbano, Nigéria e Iêmen.

A estrutura, inspirada na arquitetura de forças armadas regulares, implica em rígida disciplina, mas é ágil e flexível. O “Daesh”, denominação iraquiana do EI, é também equipado. O arsenal é de cerca de 350 veículos, canhões, blindados, metralhadoras pesadas, fuzis, armas leves, mísseis, tanques, foguetes, radares e sistemas eletrônicos avançados. Uma força aérea de ataque, estruturada sobre caças MiG-21 e helicópteros capturados nas bases iraquianas e sírias ocupadas, estaria em formação.

“As organizações de inteligência americanas e da Europa são incapazes de produzir um único alerta avançado a respeito dessa gente”, analisou um oficial da reserva da Marinha dos EUA sob condição de anonimato. Depois de passar longos períodos dedicados a ação de campo no Afeganistão e no Iraque, o oficial atua desde 2013 na indústria da extração de petróleo e de gás. Na opinião do ex-militar, “nunca houve nada parecido com as forças do Estado Islâmico – organizadas e eficientes”.

Tecnologia
O principal diferencial dos combatentes do EI é o acesso à tecnologia. “O conhecimento é rústico, mas inegavelmente funciona”, acredita o chefe de engenharia de uma corporação brasileira da área de Defesa – que não pode ser identificado por exigência contratual. A munição do EI é produzida nas linhas industriais de 21 fabricantes do mundo – mesmo no Brasil, por meio de lotes desviados clandestinamente dos estoques de clientes internacionais legítimos.

Uma comissão parlamentar do Congresso dos Estados Unidos recebeu, em fevereiro, um amplo relatório identificando 33 tipos de armas, blindados e veículos empregados pelas tropas do EI. Embora a maior parte do material tenha sido tomada de bases iraquianas e fornecida há 30 anos pela extinta União Soviética – tanques T-72, por exemplo, com canhões de 125mm, baterias de mísseis antiaéreos SA-6 com alcance de 32 quilômetros de altitude –, há também frotas inteiras de Humvees, o jipão norte-americano, radares terrestres britânicos, canhões russos de 23 milímetros e lança-granadas feitos na Croácia.

Dissidentes
Engenheiros especializados, dissidentes do Iraque e da Síria, desenvolveram ao menos dois projetos que aumentaram significativamente o poder de fogo do EI. Um deles é a transformação de caminhões basculantes, civis em rampas lançadoras de foguetes de 122mm, fornecidos provavelmente por simpatizantes iranianos.

O ângulo de elevação da caçamba determina a trajetória, que pode chegar a 20 quilômetros. Feito o disparo, a carroceria é coberta por uma lona e o caminhão volta a circular anônimo, apenas como se fosse transportar pedriscos ou areia. Picapes de carga média também são transformadas em peças de artilharia improvisadas. A seção traseira recebe uma plataforma metálica assentada sobre cinco giroscópios primários. Estável, a placa recebe um canhão automático, geralmente uma peça do Shipunov de 30 milímetros, capaz de manter cadência de 200 tiros por minuto. Na região o principal usuário do modelo original é o Exército sírio. Os milicianos do EI não são a horda desorganizada de insurgentes da Líbia, que derrubou o ditador Muamar Kadafi, e nem os guerrilheiros que se debatem contra as tropas do presidente Bashar Assad, na Síria.

Estruturada de acordo com a regra de um exército formal pelo líder, Abu Bakr al-Baghdadi, a força islâmica adota como a unidade básica um grupo de 240 militantes. Esse “batalhão” é dividido em 20 times de 12 homens. Segundo relatório da agência de inteligência da Defesa dos Estados Unidos, um em cada cinco terá funções semelhantes às de equipes dedicadas a ações especiais ocidentais – resgate, destruição, sabotagem, infiltração, e ataque de precisão.

Os esquadrões têm um líder. Esse comandante dispõe os outros 11 em linhas de fogo, produzidas por fuzis AK-47, lançadores de granadas de 40mm, morteiros de 60mm e foguetes portáteis antiblindagem, os RPG. Esse grau de prontidão provocou reação pesada. Os 575 militares que o presidente norte-americano Barack Obama enviou ao longo de seis meses ao Iraque, para assessorar e treinar o novo Exército do país, não estão agindo apenas como instrutores. Trata-se de combatentes experimentados, integrantes de um reservado time das Forças de Operações Especiais, destinado a preparar a formação de grupos de intervenção armada em território hostil.

A missão desses homens é a identificação de alvos do EI e orientação do bombardeios. Nas bases em terra e a bordo de um porta-aviões nuclear, navios de desembarque, fragatas lança-mísseis e destróieres, há 30 mil militares norte-americanos. O principal grupo naval é liderado pelo porta-aviões USS George H. W. Bush, Leva a bordo 90 aeronaves – caças supersônicos F-18 Hornet, aviões de reconhecimento e de coleta de dados de inteligência, helicópteros e drones de três tipos – armados e de vigilância eletrônica.

Redes sociais
O secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Jeh Johnson, afirmou neste domingo que o uso das redes sociais pelos jihadistas do grupo EI aumenta o risco de atentados em território americano. “Entramos em uma nova fase de ameaça terrorista global, com a possibilidade de que o que chamamos de lobo solitário ataque a qualquer momento”, disse Johnson à rede ABC. (Roberto Godoy/AE e AFP)

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