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Saúde Estimulação cerebral com choque combate a depressão e a obesidade

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Técnica de estimulação magnética transcraniana tem ação localizada e chance muito baixa de causar efeitos colaterais. (Crédito: Reprodução)

Técnicas para afetar áreas específicas do cérebro com ondas elétricas ou magnéticas são uma espécie de “eletrochoque” do futuro. E podem beneficiar diretamente os pacientes que sofrem de depressão e com a obesidade. Embora alguns médicos não gostem da comparação com a eletroconvulsoterapia (muito menos quando chamada pelo nome popular de eletrochoque), o princípio de ação é o mesmo: o estímulo elétrico de neurônios que, influindo na liberação de neurotransmissores, altera a química e os circuitos cerebrais.

As novas tecnologias possibilitam o uso de carga elétrica baixa ou de impulsos magnéticos, que são indolores e têm ação localizada. Incluem aparelhos de estimulação transcraniana – que são posicionados no couro cabeludo e na testa e podem usar energia elétrica ou magnética – e implantes de eletrodos dentro do cérebro (estimulação cerebral profunda).

A ação localizada e a chance muito baixa de causar efeitos colaterais são as vantagens dos aparelhos de estimulação transcraniana, segundo o psiquiatra Marco Marcolin. “A evolução da psicoterapia, dos remédios e da psiquiatria passa por mexer com sistemas do cérebro em pontos específicos, alvo-dirigidos”, destaca ele, que usa em sua clínica aparelhos que emitem ondas magnéticas com potência dez vezes maior que o campo magnético da Terra para tratar casos como a depressão resistente a remédios.

 
As ondas emitidas pelo aparelho têm capacidade não só de ativar circuitos cerebrais, como de os desativar, coisa que a eletroconvulsoterapia não faz. A aplicação é indolor: nas sessões, o paciente fica em uma poltrona reclinável com uma touca onde estão marcados os pontos de estimulação. O aparelho é posicionado na cabeça e emite ondas intervaladas.

 
A estimulação magnética transcraniana já tem uso aprovado para depressão, alucinações auditivas em esquizofrenia e para planejamento de neurocirurgias. “No tratamento da depressão, é muito útil para quem não responde aos remédios ou não consegue lidar com os efeitos colaterais que incluem ganho de peso e perda da libido”, observa Marcolin. Ele considera a técnica como primeira opção em casos de depressão na gravidez ou na amamentação, já que, em tratamentos com remédios, as substâncias químicas podem ser absorvidas pelo bebê através da placenta ou do leite materno.

 
Além dos usos já aprovados, a estimulação cerebral está sendo testada para outros tratamentos, como o da obesidade mórbida. Agostinho Cesar Guariente, 45 anos, emagreceu 47 quilos em oito meses, sem dieta nem exercícios. Guariente, que tinha paradas respiratórias, gota e problemas cardiovasculares, foi um dos voluntários para o estudo sobre o uso de estimulação cerebral profunda em casos de obesidade coordenado pelos neurocirurgiões Alessandra Gorgulho e Antonio Salles.

 
O objetivo é verificar se o implante de eletrodos em uma área profunda do cérebro (o hipotálamo) conectados a um gerador como o de um marca-passo para criar impulsos elétricos nessa região pode acelerar o metabolismo para que a pessoa aumente o gasto calórico e emagreça. A pesquisa, já feita com ratos e primatas, está em fase de testes em seres humanos.

 

“Com o gerador de impulsos elétricos você tem a pessoa na mão”, diz Salles, em tom de brincadeira. Mas essa possibilidade é uma das discussões éticas que envolvem a tecnologia de estimulação cerebral.

Em artigo no Jornal Internacional de Lei e Psiquiatria, Jan-Hendrik Heinrichs, do Instituto de Neuroscience e Medicina de Julich, na Alemanha, alerta para o risco de a estimulação cerebral ser usada em experimentos militares ou serviços de inteligência. Outra questão ética é o perigo de superestimar as possibilidades e benefícios da manipulação tecnológica em relação às abordagens mais humanistas da medicina. (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/estimulacao-cerebral-com-choque-combate-a-depressao-e-a-obesidade/ Estimulação cerebral com choque combate a depressão e a obesidade 2015-08-26
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