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Brasil Estudos tentam desvendar por que o lucro dos bancos permanece tão elevado no Brasil

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(Foto: Divulgação)

O chamado “spread” é a diferença entre o custo do dinheiro para um banco (o quanto ele paga ao tomar um empréstimo, por exemplo) e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito. Se a despesa de captação do banco é de 10% ao ano, por meio de poupança, CDBs e outros produtos e ele empresta esse dinheiro por 50% ao ano, a diferença é essa.

Trata-se de uma espécie de retrato estático do custo das instituições financeiras. Mostra o peso relativo de calotes, impostos, administração e lucros, dentre outros. Mas essa decomposição não explica os motivos, não trata dos determinantes do processo.

Por que a parte do “spread” que vai para os lucros é grande no Brasil (embora até sobre isso exista controvérsia)? Por que a inadimplência é grande? Por que os bancos antecipam calotes tão grandes (percepção de risco alta) quando fazem a conta do custo de cada empréstimo?

Há algumas linhas de convergência nas explicações, mas os estudos a respeito são em geral estimativas estatísticas, com métodos e dados diferentes, que deixam espaço para controvérsia. Estudos de âmbito internacional, como os realizados ou inspirados pelo pesquisador Anthony Saunders, da Universidade de Nova York (Estados Unidos), apontam que impostos, exigências de reservas (compulsórias ou não), riscos de crédito e de variação de juros e concentração bancária são determinantes pesados do “spread” bancário.

O assunto, porém, é extenso e muito complicado. Tamanho dos bancos, variação de juros, regulação local, nível de especialização do banco, estabilidade econômica, subsídios no crédito, tudo pode ser um fator do tamanho e da variação do spread. O fato de bancos terem receitas grandes com tarifas pode diminuir o spread – o que não parece ser o caso do Brasil).

A concentração bancária cresce no país desde o Plano Real (1994), quando muitos bancos que viviam de inflação ou mesmo de fraudes quebraram ou foram incorporados por outras instituições. Já no ano 2000, os cinco maiores bancos tinham 56% dos ativos (empréstimos etc.). Em 2017, esse índice já estava em 82%.

Quanto dos lucros e, portanto, do “spread” depende do poder dos bancos de fixarem seus preços (juros e também tarifas etc.) por haver pouca concorrência não se sabe. Lucros levam entre um quarto e um quinto do “spread”, entre cinco e sete pontos percentuais da taxa média de juros de 26,9% em fevereiro.

Serviços

Os bancos não oferecem apenas o serviço de intermediação financeira (captar recursos e emprestar), mas também seguros, administração de patrimônio, fundos de investimento, assessoria no mercado de capitais etc. Assim, nem todo o seu lucro vem do “spread”. Os ganhos diferem também em cada linha de crédito. Não existe apenas um mercado de empréstimos, mas segmentos, com graus diferentes de concorrência.

Cada taxa de juros tem o seu spread, daí as diferenças do custo de financiar uma casa e de tomar empréstimo no cartão. O spread do cheque especial pode ser o dobro do spread dos empréstimos pessoais, por sua vez o triplo do spread no financiamento de veículos.

Os motivos principais da diferença são o risco de inadimplência, as garantias e a facilidade de executar tais garantias. No cheque especial, não há garantia alguma.

Já no caso de veículos e casas, os bens podem ser retomados, com alguma perda, mas podem. O problema aqui é legal ou judicial: quanto maior a facilidade de os bancos recuperaram os bens dados em garantia, em caso de calote, menores os seus custos com perdas de crédito.

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