Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2016
O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou o Chile de violar os direitos humanos dos bolivianos em relação ao trânsito livre e irrestrito em portos chilenos e de discriminar as transportadoras do país que usam os terminais da nação vizinha. “Uma questão muito sensível que motiva a minha presença neste Conselho é a que vive o meu país em relação às violações dos direitos humanos sofridas pelos bolivianos, mulheres, homens e crianças, famílias inteiras que vivem do trabalho de transportar mercadorias e pessoas da Bolívia para as costas marítimas, atravessando o território chileno para alcançar os portos no Pacífico”, afirmou Morales, em discurso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra, na Suíça, nessa sexta-feira.
O chefe de Estado relatou “o sofrimento das transportadoras que operam nos portos chilenos e a discriminação a que são sujeitas, além dos danos que têm de suportar como resultado das paradas longas e repetidas que são registradas em portos chilenos”, segundo informações do governo boliviano.
Em um processo em tramitação na Corte Internacional de Justiça de Haia, a Bolívia demanda um acesso soberano ao mar por território chileno. Apesar da situação que, segundo Morales, “desafia os princípios mais elementares da Carta Fundamental dos Direitos Humanos e as instituições multilaterais responsáveis por garanti-los”, o presidente boliviano declarou que “confia” no caminho do “diálogo” para resolver as controvérsias entre os dois países.
Resposta do Chile
O porta-voz e secretário-geral do governo do Chile, Marcelo Díaz, afirmou que as acusações de Evo são infundadas. O presidente boliviano “já nos deixou acostumados a uma série de declarações, sempre fora de sintonia, impróprias na relação entre dois países vizinhos, e absolutamente infundadas e incorretas”, disse. (Tiago Thomé)