Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2015
O advogado Marlus Arns, responsável pelas defesas dos ex-executivos da Camargo Corrêa, Eduardo Leite e Dalton Avancini, afirmou nessa sexta-feira que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque pretende fazer um acordo de delação premiada. Arns disse que foi contratado para negociar com o MPF (Ministério Público Federal) os termos que podem beneficiar Duque.
O ex-diretor da estatal responde a vários processos derivados da Operação Lava-Jato. O mais recente foi aceito pela Justiça Federal nessa sexta-feira. Junto com o empresários Júlio Camargo e João Antônio Bernardi, Duque responderá por crimes como corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo um dos delatores da Lava-Jato, Pedro Barusco, Duque chefiava um dos grupos que fraudava licitações da estatal. Parte do dinheiro ficava com os envolvidos no esquema e outra parte era destinada a partidos da base aliada do governo. No caso da área dele, as propinas, segundo os delatores já ouvidos, iam diretamente para o PT, sem divisão entre outras legendas. O partido tem negado as irregularidades.
Arns informou que ainda não houve nenhuma reunião entre o cliente e o MPF para tratar dos termos do acordo.
Alexandre Lopes e Renato de Moraes, outros dois advogados que representam Duque, disseram não saber da intenção do cliente em falar. Tampouco, foram informados sobre a contratação de Arns. “Fui surpreendido. Por conta disso, estou saindo da causa”, disse Lopes. Moraes afirmou que não pretende seguir na defesa de Duque. (AG)