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Por Redação O Sul | 18 de maio de 2016
A Justiça Federal condenou nesta quarta-feira (18) o ex-ministro José Dirceu a 23 anos de prisão por crimes como corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção na Petrobras. Essa é a primeira condenação do petista em uma ação da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Cabe recurso da decisão.
O ex-ministro foi preso em agosto de 2015 na 17ª etapa da operação, batizada de Pixuleco. A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) foi aceita em setembro do ano passado e envolve atos ilícitos no âmbito da Diretoria de Serviços da estatal, abarcando 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre 2004 e 2011.
Essa é a primeira condenação de Dirceu no âmbito da Lava-Jato. Ele, porém, tem condenação por envolvimento no chamado mensalão. “O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal a ação penal 470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013”, afirmou o juiz Sérgio Moro na sentença.
“Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente”, acrescentou o magistrado. O valor de corrupção envolvido nesses atos foi estimado em R$ 60 milhões, e cerca de R$ 65 milhões foram lavados, de acordo com o MPF.
O processo teve por objeto irregularidades de contratos com empresas terceirizadas, contratadas pela Diretoria de Serviços da Petrobras, que pagavam uma prestação mensal para Dirceu através de Milton Pascowitch – lobista e um dos delatores da Lava-Jato. Para o MPF, o ex-ministro Dirceu enriqueceu dessa forma. (AG)