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Mundo Ex-primeira-dama assume a vice-presidência do Uruguai

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Lucía Topolansky é mulher do ex-presidente José Mujica. (Foto: Folhapress)

A ex-primeira-dama e ex-guerrilheira Lucía Topolansky, de 72 anos, assumiu nesta quarta-feira (13) o cargo de vice-presidente do Uruguai, após a renúncia de Raúl Sendic no sábado.

Após uma votação no Parlamento, que aceitou a renúncia de Sendic, Topolansky passará a presidir a Assembleia Geral (deputados e senadores), posto exercido pelo vice-presidente. Ela foi primeira-dama durante o governo do marido, José Mujica (2010-2015).

Após a votação, “Lucia Topolansky passará a ocupar a presidência da Assembleia Geral e da Câmara dos Senadores”, leu a senadora Monica Xavier, da governista Frente Ampla.

A leitura supõe a posse automática de Topolansky como vice-presidente, ao estar em suas mãos o nexo entre Poder Executivo e Poder Legislativo.

Topolansky, esposa do ex-presidente José Mujica (2010-2015), integra a formação mais votada nas últimas eleições, e isso a colocou na linha de sucessão presidencial.

Mujica, chefe desse grupo, não pode exercer a vice-presidência, porque a Constituição do Uruguai impede um ex-presidente de ocupar novamente a primeira magistratura por até cinco anos após deixar o cargo.

A ex-guerrilha que integrou o Movimento de Libertação Nacional MLN-Tupamaros passou 13 anos presa em sua juventude, pouco antes do golpe de Estado de 1973. Ela é a primeira mulher a ocupar a vice-presidência no Uruguai.

Queda

Sendic apresentou sua renúncia “indeclinável” ao cargo no sábado, 9, depois de se ver envolvido em um escândalo pelo uso de cartões corporativos oficiais e um título acadêmico que não tinha.

“Apresentei ao plenário da Frente Ampla (partido do governo) minha renúncia indeclinável à vice-presidência. Comuniquei também ao presidente Tabaré Vázquez”, anunciou Sendic no Twitter, depois de uma reunião do partido.

Sendic renunciou depois de uma decisão do Tribunal de Conduta Política (tribunal ético) de seu partido, a esquerdista Frente Ampla, que se pronunciou sobre seu comportamento em relação ao uso de cartões corporativos oficiais quando era diretor da petroleira estatal Ancap.

A informação, que se tornou pública a partir de um recurso de acesso a dados da empresa iniciado por jornalistas, mostrou gastos de Sendic em lojas de material esportivo, produtos eletrônicos e joalherias no Uruguai e em outros países.

Vice-presidente guerrilheira

Nascida em Montevidéu, em 1944, Lucía Topolansky está casada com José “Pepe” Mujica. Os dois se conheceram na juventude, quando ela era integrante da guerrilha Movimento de Libertação Nacional MLN-Tupamaros. O casal não teve filhos.

O MLN-Tupamaros atuou no Uruguai desde meados dos anos 1960 até sua derrota militar em 1972, antes do golpe de Estado de Juan María Bordaberry apoiado por militares em 1973.

Na guerrilha, participou de várias ações que os relatos históricos se encarregaram de mostrar como chave para esse grupo. Entre eles, a preparação do assalto a uma financeira e a falsificação de documentos para os guerrilheiros que buscavam se esconder.

Estudou Arquitetura, mas não concluiu o curso. Disputou, sem sucesso, a prefeitura de Montevidéu pelo setor político liderado pelo marido, o Movimento de Participação Popular, em 2015.

É senadora e antes foi deputada. Também chegou a ocupar brevemente a Presidência da República, quando presidente e vice-presidente estiveram ausentes por viagem durante o governo anterior presidido por Mujica (2010-2014).

Seu “nome de guerra” nos 1960 era “La tronca”. Foi presa várias vezes, fugiu e voltou a ser detida pela última vez em 1972. Recuperou a liberdade com o fim da ditadura e o retorno da democracia no país em 1985.

Desde então, optou pela militância política tradicional e se incorporou em 1989, com alguns de seus companheiros da extinta guerrilha, à esquerdista Frente Ampla. Esta integra hoje o Movimento de Participação Popular, a corrente com mais votos dentro do partido governista que, com a saída de Sendic, reforça-se com mais uma cadeira no Senado. (AE/AFP)

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