Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2017
A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz fugiu da Venezuela para a Colômbia por conta da “perseguição” que está sofrendo do governo de Nicolás Maduro, informam diversos sites venezuelanos nessa sexta-feira.
Ortega foi destituída de seu posto na primeira ação da polêmica Assembleia Constituinte e tanto ela como seu marido, o deputado chavista German Ferrer, estão sendo alvos de diversas ações policiais. Na noite de quinta-feira, mais uma vez, a residência dos dois foi alvo de uma ação de busca e apreensão e a Constituinte decidiu remover a imunidade parlamentar de Ferrer.
Os dois são acusados de serem os “mentores intelectuais” dos protestos que ocorrem na Venezuela desde o dia 1º de abril e que já deixaram cerca de 130 mortos.
Segundo o portal argentino “Infobae”, Maduro ordenou o confisco dos passaportes do casal e, por causa disso, ela teria fugido “para Colômbia”.
Ortega era aliada de Maduro até a convocação da polêmica Assembleia Constituinte, que elegeu 545 novos representantes – sendo praticamente todos chavistas – para reescrever a Carta Magna da Venezuela.
A medida foi duramente criticada pela oposição e por praticamente todos os maiores países do mundo, além do Mercosul.
Para Ortega, a convocação violou diversos artigos da Constituição do país e queria criar uma “ditadura” comandada por Maduro.
Casa
Agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) do governo da Venezuela invadiram na noite de quarta-feira a casa da ex-procuradora-geral Luisa Ortega, alvo dos chavistas desde que se opôs à rigidez do regime do presidente Nicolás Maduro.
No mesmo mesmo dia, o Ministério Público havia solicitado a prisão de seu marido, Germán Ferrer, deputado acusado de extorsão, indicou Ortega.
“O Sebin invade minha residência como parte da vingança deste governo por lutar contra o totalitarismo”, escreveu a ex-procuradora no Twitter.
Quatro motos e sete equipes de patrulha do Sebin permaneceram em frente à residência de Ortega durante a ação. Ortega, que não precisou se ela e o marido falavam de sua casa na zona norte de Caracas, acusou Maduro e seu braço-direito Diosdado Cabello de tentar acabar com sua “luta pela democracia e pela liberdade dos venezuelanos”.
Presos políticos
Presos políticos trancados em banheiros e sendo vítimas de surras violentas, entre outras atrocidades. Nos últimos dias, advogados de defesa dos direitos humanos, dirigentes políticos de oposição, familiares e amigos de alguns dos mais de 600 presos políticos que existem atualmente na Venezuela intensificaram as denúncias sobre gravíssimas violações dos direitos humanos que estariam sendo cometidas pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Paralelamente, a presidente da questionada Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Delcy Rodríguez, comunicou que pedirá informações ao Conselho Nacional Eleitoral sobre os candidatos inscritos nas eleições regionais — ainda sem data marcada — e vetará nomes que “possam afetar a paz” no país.
A situação dos presos políticos é cada vez mais dramática. Um dos casos que causam comoção é o do advogado Angel Zerpa, designado pela Assembleia Nacional (AN) como presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mas cuja posse foi vetada pelas autoridades chavistas. Segundo confirmou para o jornal O Globo Miguel Angel Martin, outro dos magistrados nomeados pela AN, Zerpa está fechado num banheiro em greve de fome há quase 20 dias, segundo sua filha Carmina.