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Brasil Ex-senador admite ter alterado a lei para ajudar as montadoras

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Argelo disse à PF que foi relator de projeto de lei que tratava de benefícios fiscais a empresas. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Em depoimento à PF (Polícia Federal), o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) disse ter feito alterações em um projeto de lei depois de sofrer pressão do governo do Estado de São Paulo e da montadora CAOA – a empresa, que fabrica veículos Hyundai no Brasil, ameaçava não abrir fábrica em Piracicaba, no interior paulista.

Documentos sob investigação na Operação Zelotes apontam negociação de lobistas do setor automotivo para, supostamente, pagar 15 milhões de reais em propina petebista, cujo mandato se encerrou em 2014. Argello nega ter recebido qualquer vantagem indevida.

À PF, Argello contou que foi relator de um projeto de lei, oriundo da Câmara dos Deputados, que tratava de benefícios fiscais a empresas. O texto fazia restrições à instalação de fábrica de empresa que tivesse liame societário com outra firma que fosse devedora do Fisco.

A matriz da multinacional, a Hyundai Motors, havia adquirido participação na Kia Motors. Já a Kia comprara a Asia Motors, empresa que tinha dívidas com o governo. Argello explicou que, por conta da expressão “liame societário”, a montadora estaria ameaçando interromper seus planos de erguer a fábrica paulista.

O ex-senador disse que chegou a conversar com Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o CAOA, dono da montadora no Brasil, e um de seus assessores, Eduardo Ruiz Garcia, que pediram a retirada da expressão. Ele contou que, ao final, acabou “acatando as razões” e retirando o trecho. Mas ressaltou que não houve oferta de valores ou vantagem para que o fizesse.

O ex-congressista também negou ter recebido suborno para que propusesse emendas a medidas provisórias. Ele chamou de “inverídicas e delirantes” informações dadas pelo consultor João Batista Gruginski, um dos investigados na Operação Zelotes, à PF. O consultor registrou em diário que participou de reunião com lobistas de montadoras, no qual teria sido mencionada propina para Gim e os atuais senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) apoiarem emenda a uma MP (medida provisória). O suborno citado alcançaria 45 milhões de reais, 15 milhões de reais para cada um dos políticos.

Gim informou não ter recebido doações eleitorais da CAOA e da MMC, suspeitas de “encomendar” as MPs, e de outras montadoras. Disse que, como senador do Distrito Federal, propôs medidas que beneficiariam em particular as montadoras do Estado de Goiás, tendo em vista os benefícios indiretos que tanto Brasília quanto a região do entorno teriam com a expansão do setor automotivo do Centro-Oeste.

O advogado José Roberto Batocchio, que defende o dono da CAOA, disse que Carlos Alberto procurou Gim para oferecer uma “legítima explicação” sobre os equívocos do projeto de lei. Segundo ele, a alteração fez muito bem, pois assegurou empregos a milhares de pessoas. (AE)

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https://www.osul.com.br/ex-senador-admite-ter-alterado-a-lei-para-ajudar-as-montadoras/ Ex-senador admite ter alterado a lei para ajudar as montadoras 2016-01-29
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