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Brasil Ex-vice-presidente da Caixa reitera à Justiça que recebeu propina em dinheiro de Eduardo Cunha

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O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto. (Foto: Reprodução)

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto reiterou nesta sexta-feira (27), durante depoimento à Justiça Federal em Brasília, que recebeu propina em dinheiro vivo das mãos do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As informações são do portal de notícias G1.

Cleto e Cunha são réus na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato que investiga suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa.

“Recebi 40 mil diretamente das mãos do Eduardo Cunha”, afirmou Cleto ao citar um episódio ocorrido em agosto de 2012.

O ex-dirigente da Caixa acrescentou que a entrega ocorreu no apartamento funcional de Cunha, em Brasília, que à época era deputado federal.

Em sua delação, Cleto revelou que recebeu US$ 2,1 milhões em propinas do esquema de corrupção que agia na Caixa e que, embora a maior parte fosse por meio de depósitos feitos pela Carioca Engenharia, recebeu R$ 520 mil em dinheiro vivo como suborno, em três ocasiões distintas: R$ 400 mil, R$ 40 mil e R$ 80 mil.

Além disso, ele ressaltou à Justiça Federal nesta sexta que “todos estes valores foram entregues por Eduardo Cunha ou por pessoas por ele indicadas”.

A fase de interrogatório ao juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, teve início na quinta-feira (26) e foi acompanhada por videoconferência por todos os réus, que estão em estados diferentes.

Cleto, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), prestou depoimento em Campinas (SP), onde mora. Cunha, que está preso em Curitiba (PR), foi transferido temporariamente para Brasília para ser interrogado.

Na audiência, o ex-deputado do PMDB ficou frente a frente com o doleiro Lúcio Funaro, que está preso em Brasília. Foi a primeira vez que eles se encontraram desde que a delação premiada de Funaro foi revelada pela imprensa. Funaro é acusado de ser o operador financeiro de Eduardo Cunha e de outros políticos do PMDB.

O interrogatório também foi acompanhado pelo ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que está preso no Rio Grande do Norte e também é réu nesse processo.

Após o depoimento de Fábio Cleto, a expectativa é de que sejam ouvidos também o ex-sócio de Funaro Alexandre Margotto, Cunha, o próprio Funaro e Henrique Eduardo Alves.

Aplicativo

Fábio Cleto informou que usava um aplicativo de envio de mensagens considerado mais seguro para tratar de negócios ilícitos com o grupo de Eduardo Cunha.

Eu tinha [preocupação com segurança] porque eu conversava com Lúcio [Funaro], Eduardo [Cunha] e [Alexandre] Margotto só sobre ilícitos. (…) E tinha toda a preocupação em comunicação com os outros em usar mensagens mais seguras”, disse.

Ao ser questionado pela defesa de Eduardo Cunha o que levou a fechar um acordo de delação premiada, Fabio Cleto disse que entendeu que esse seria o “único caminho”.

“Eu já tinha tido busca e apreensão na minha casa em 2015. Nessa busca, me levaram iPad e celular e eu sabia que, se rastreassem, esse celular teria muita informação relevante. Na mídia, tinha diálogo entre Cunha e Leo Pinheiro, da OAS, [citando meu nome] e a Carioca já tinha feito delação sobre depósitos no exterior”, afirmou.

“Eu praticamente vi que o meu único caminho seria colaborar com a justiça”, completou.

Alexandre Margotto

O seguinte a ser interrogado foi o economista Alexandre Margotto, que trabalhava com Funaro. Ele contou que foi ele quem apresentou Fábio Cleto a Funaro e que o acordo era que recebesse parte da propina resultante do esquema da Caixa, mas que isso nunca aconteceu porque Funaro teria embolsado a sua parte.

“O Lúcio [Funaro] se apropriou da comissão que era para ser feita a mim. Ele não cumpriu nada de nada”, disse Margotto.

Apontado como sócio de Funaro, Margotto negou que desempenhasse essa função e que Funaro não o considerava sócio e o deixava de fora das negociações. “A minha função era muito mais leva e traz”, acrescentou.

 

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