Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2018
Líder da Aliança entre as montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi, o executivo Carlos Ghosn é suspeito de ter gasto US$ 18 milhões (R$ 67,5 milhões) de uma subsidiária da Nissan em imóveis de luxo no Rio de Janeiro e em Beirute, segundo o jornal japonês Nikkei.
Preso na última segunda-feira (19) no Japão, Ghosn nasceu no Brasil e fez seus estudos primários no Líbano. Ganhou fama ao arquitetar a união entre Nissan e Renault e tirar a primeira da beira da falência nos anos 2000.
Ghosn deve ser afastado da presidência do conselho da Nissan nesta quinta-feira. Acionistas da Renault, entre eles o Estado francês, discutem sua substituição por uma direção interina na presidência executiva da empresa.
As transações seriam feitas a partir de uma companhia estabelecida na Holanda, criada em 2010, que teria como objetivo oficial o financiamento de startups.
Delações
A descoberta teria ocorrido a partir de mecanismo de delações feitas em troca de redução de pena estabelecido no Japão em junho, afirma o jornal.
A Nissan disse que Ghosn ocultou sua renda do fisco durante anos, além de ter cometido outros ilícitos, como uso de bens da companhia para fins pessoais. A empresa afirma estar colaborando com as investigações.
Aliança
A aliança entre as montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi será difícil de administrar sem o presidente Carlos Ghosn, que está enfrentando alegações de má conduta financeira no Japão, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo da Mitsubishi Motors, Osamu Masuko.
Preso na segunda-feira, Ghosn, o presidente do conselho de administração da Nissan Motor será demitido do colegiado nesta semana, em uma queda dramática para um líder aclamado por resgatar a montadora japonesa da falência.
Ghosn também é presidente do conselho e presidente-executivo do parceiro francês da Nissan, a Renault, e sua saída levantará questões sobre o futuro da aliança.
Saída
O conselho da Mitsubishi Motors deve se reunir na próxima semana para discutir a saída de Ghosn, disse Masuko a repórteres em Tóquio.
Ghosn, de 64 anos, moldou pessoalmente a aliança e prometeu consolidá-la com um acordo mais profundo, antes de finalmente se afastar de sua liderança operacional.
A Renault detém 43,4 por cento da Nissan, que possui 15 por cento da Renault, sem direito a voto em uma parceria que começou em 1999. Desde 2016, a Nissan detém 34 por cento de participação de controle em seu menor rival japonês, a Mitsubishi.